Em 27 de março de 2015, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), do município de Mirassol D´Oeste, obedecendo a procedimentos padronizados para vigilância em propriedade rural que recebeu ingresso de animais provenientes de outro Estado, detectou sinais clínicos compatíveis com síndrome vesicular em bovinos.
No dia seguinte, munidos de materiais e equipamentos necessários, os Médicos Veterinários realizaram a inspeção clínica em todos os animais susceptíveis existentes, ocasião em que encontraram 21 bovinos com lesões vesiculares. Foram examinados 289 bovinos, 23 ovinos e 2 equinos.
Foram colhidas amostras dos 21 animais doentes para exame laboratorial, preenchidos os documentos sanitários pertinentes e interditada a propriedade para o trânsito de animais vivos, produtos, subprodutos de origem animal e materiais possíveis veiculadores do agente etiológico.
A totalidade dos bovinos existentes na propriedade, de acordo com Guias de Trânsito Animal, é proveniente de outra unidade federativa.
As amostras de epitélio e soro sanguíneo foram recebidas pelo Laboratório de Referencia Nacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Lanagro-MG) no dia 29 de março, para análises, cujos resultados preliminares de identificação viral descartam a ocorrência de febre aftosa e estomatite vesicular. Testes complementares para efeito de diagnóstico diferencial identificaram Parapoxvirus, agente causal da pseudovaríola, doença não pertencente à lista da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE.
Trata-se de zoonose ocupacional que acomete principalmente ordenhadores, apresenta-se com sintomatologia branda e caracteriza-se principalmente por lesões cutâneas nas mãos e mais raramente antebraço. Em bovinos, principal espécie acometida, as lesões nas mucosas e pele são verificadas na boca, focinho e úbere; a morbidade é baixa e normalmente evolui para autocura.
As atividades de vigilância veterinária nas seis propriedades vinculada ao primeiro foram iniciadas na data de hoje, sendo designada uma equipe para cada propriedade, visando maior celeridade nas investigações epidemiológicas e desencadeamento das ações necessárias.
Estão sendo executas ações de mitigação de risco, principalmente: Restrição de trânsito animais vivos, produtos, subprodutos de origem animal e materiais possíveis veiculadores do agente etiológico.