Secretário-geral da Fifa disse que Curitiba pode ficar de fora do mundial. Presidente inaugurou estádio em Natal antes de ir para Fórum em Davos.
Brasil tem de apostar a favor e não contra, diz Dilma sobre obras da Copa
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (22) que o Brasil tem de apostar a favor do Brasil. Durante a inauguração da Arena das Dunas, em Natal, Dilma foi questionada sobre a conclusão do estádio em Curitiba, que corre o risco de ficar fora do Mundial.
"Aquilo que Nelson Rodrigues dizia: não é possível pensar no pior. Pelo contrário. Eu acredito que todo, o governador, o prefeito e os empresários que são responsáveis pelo estádio de Curitiba irão fazer o estádio no prazo. É algo que eu tenho certeza", disse. "Eu acho assim que o Brasil tem de apostar a seu favor, não contra", completou.
As declarações foram feitas durante a inauguração do estádio de Natal ao lado da governadora, Rosalba Ciarlini, do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, e outras autoridades.
Na última terça-feira (21), depois de reunião com representantes dos governos municipal e estadual e de visita à Arena da Baixada, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu o prazo limite de 18 de fevereiro para os responsáveis apresentarem soluções para a realização dos jogos na cidade. Caso contrário, a cidade pode ficar fora da competição.
Antes de embarcar para Natal, Dilma escreveu em seu perfil no Twitter que a inauguração era "mais um passo para realizar a #CopaDasCopas". Ela também anunciou que a próxima a ser inaugurada será o Beira-Rio, em Porto Alegre.
A Arena das Dunas tem capacidade para 42 mil pessoas e receberá quatro jogos: México x Camarões, Gana x Estados Unidos, Grécia x Japão e Uruguai x Itália.
De acordo com o Blog do Planalto, a fachada e a cobertura do estádio são formados por 20 "pétalas", que lembram o movimento das dunas do litoral potiguar. Foram 29 meses de obras, que empregaram, ao longo desse tempo, 4,5 mil trabalhadores.
Protesto
Antes da chegada de Dilma e Rosalba, centenas de manifestantes se concentraram na entrada do estádio para protestar contra os gastos da Copa. Com carros de som, faixas e bonecos, eles também reclamavam da falta de recursos para a saúde, segurança e educação.
Várias faixas levadas pelos manifestantes diziam "Fora Rosalba!", em referência à governadora, que ficou todo o tempo ao lado de Dilma na visita à Arena. Sincalistas ligados ao PSOL e ao PSTU também participaram do ato, cobrando pagamento a servidores de salários atrasados.
O protesto no entorno do estádio ocorreu de forma pacífica, segundo a Polícia Militar, que teve reforço de agentes do Batalhão de Choque e carros da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas.
De Natal, Dilma partiu para a Suíça, onde se encontra com o presidente da Fifa, Jerôme Blatter, e participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Em rápida entrevista antes de partir, Dilma foi questionada se o impacto do câmbio sobre a inflação não preocupava. "Meu querido. Eu desconfio que deve ter alguém, você entende, que externa pensamentos a meu respeito que eu não tive. Meu assunto aqui em Natal, no Rio Grande do Norte, é futebol. Meu assunto sobre questões econômicas vai ser em Davos", desconversou.
Antes, Dilma enalteceu a realização da Copa no Brasil. "Nós sempre tivemos em relação às Copas, uma relação muito forte porque somos um país apaixonado por futebol", disse. Citando craques como o Pelé e Neymar, e os treinadores Felipão e Parreira, Dilma disse ter certeza essa seria "a Copa das Copas".