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PARALISAÇÃO
Segunda - 17 de Junho de 2013 às 14:22
Por: Neusa Baptista

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Foto: Neusa Baptista
Os sindicalistas continuam percorrendo os canteiros de obras distribuindo panfletos onde criticam a proposta de reajuste
Os sindicalistas continuam percorrendo os canteiros de obras distribuindo panfletos onde criticam a proposta de reajuste

Os trabalhadores da construção civil de Cuiabá estão mobilizados em estado de greve até que aconteça a segunda reunião de negociação coletiva com o sindicato patronal, ainda sem data marcada.

Na tarde desta segunda (17), os sindicalistas continuam percorrendo os canteiros de obras distribuindo panfletos onde criticam a proposta de reajuste salarial de 7%, feita pelo sindicato patronal (Sinduscon-MT). A panfletagem começou pela manhã e culminou com um ato em frente à obra da Arena Pantanal.

Os trabalhadores pedem o mínimo de 17% de reajuste e lutam pela criação de um piso salarial nacional a fim de equiparar a defasagem média de 53% em relação aos pisos pagos em Estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), Joaquim Santana, enfatiza que não está descartada a possibilidade de greve, caso o sindicato patronal não apresente outra proposta. “O Sinduscon tem espalhado para a sociedade que os trabalhadores estão ganhando três, quatro, cinco mil reais por mês, mas só 1% da categoria recebe isso. A maioria é contratada por terceirizadas, que só pagam o piso. Ou seja, com todos os descontos e encargos, há trabalhadores que levam para casa menos que um salário mínimo”, reclama ele.

A falta de controle sobre as terceirizações nas obras é um dos fatores que piora a situação vivida pelos operários da construção, segundo o sindicato, pois precariza as condições de trabalho e dificulta a fiscalização do cumprimento da legislação trabalhista.

A entidade representa aproximadamente 30 mil trabalhadores em Cuiabá e Baixada Cuiabana.

Atualmente, o maior piso pago em Cuiabá é de R$ 1.003,20 para profissionais e R$ 743,60 para serventes e ajudantes. Um servente que não quis se identificar, empregado de uma empreiteira que presta serviço para a obra da Arena Pantanal, reclamou que recebe R$ 620,00 líquido após os descontos, valor inferior ao do salário mínimo.  E enfatizou a falta de outros benefícios. “A empreiteira não dá cesta básica, não tem plano de saúde e atrasou meu vale transporte”.

O plano de saúde é uma das pautas de reivindicação do movimento. O mau atendimento em saúde é outra reclamação dos trabalhadores. “Aqui tem gente que trabalha doente e quando tem consulta precisa ir ao posto de saúde, onde o atendimento é péssimo, como a gente sabe”, disse um montador que se identificou apenas como J.A., natural do Maranhão, e que está em Cuiabá há um mês e 15 dias.

“Esse é um momento importante na construção civil, quando temos que nos unir para mostrar nossa força e lutar para ter nossa parte em todo este dinheiro que está vindo para a Copa. Nós fazemos parte deste time, somos nós que construímos as grandes obras”, disse o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso (FETIEMT), Ronei de Lima, que está mobilizando os operários junto com o sindicato. Lima classificou como “desrespeitosa” a proposta patronal, mas ressaltou a intenção de manter o diálogo.

A mobilização está sendo apoiada pela Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST). O vice-presidente do SINTRAICCCM, Elias Henrique, e o secretário da entidade, Anoar Feitosa, também estão presentes na mobilização nos canteiros.





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