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DESENVOLVIMENTO
Quinta - 29 de Novembro de 2012 às 21:38
Por: Neusa Baptista

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Assessoria
A dificuldade em qualificar a mão-de-obra no setor da construção civil é uma realidade comum a muitos países da América Latina. É o que observa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), Joaquim Santana.

Ele foi uma das lideranças reunidas em encontro com os sindicatos de trabalhadores da Argentina, Chile, Paraguai, Equador, Panamá, Nicarágua, Venezuela e Suécia, além de consultores da Internacional dos Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) em diversos países, nos dias 25 a 28 de novembro, em São Paulo. O objetivo foi discutir a situação dos trabalhadores deste setor na América Latina e planejar as ações para os próximos três anos.

O evento foi organizado pela ICM, federação internacional à qual os sindicatos estão filiados. A ICM representa entidades sindicais de 23 países e cerca de dois milhões de trabalhadores.

Segundo Santana, assim como no Brasil, outros países também enfrentam dificuldades quanto à qualificação profissional. “Falta planejar um tipo de qualificação acessível a estes trabalhadores, e que signifique ganho real para eles em termos práticos. Temos pedreiros que são mestres no que fazem, porém não conseguem avançar na qualificação formal por falta de apoio do governo e da iniciativa privada”.

Em Cuiabá, onde o SINTRAICCCM representa 28 mil trabalhadores da construção civil, uma das reivindicações é a criação de mecanismos de certificação dos trabalhadores que já possuem grande experiência no canteiro de obras, mas sem escolaridade suficiente para acessar os cursos oferecidos por instituições como o Senai (Serviço Nacional da Indústria).

Terceirizações

O crescimento desenfreado das terceirizações nos canteiros de obras também preocupa os sindicatos. A grande quantidade de empreiteiras atuando em cada obra dificulta a fiscalização, precarizando ainda mais as relações trabalhistas. De acordo com Santana, em Cuiabá são frequentes os casos de empreiteiras que não possuem capital para arcar com os encargos trabalhistas ou até mesmo aquelas que sequer existem de fato, já que foram criadas apenas pela conveniência das construtoras.

Peso do cimento

Segundo Santana, em Cuiabá, assim como nos demais sindicatos, serão implementadas as campanhas desenvolvidas pela ICM no mundo, entre elas a que pede redução no peso dos sacos de cimento, estabelecendo o máximo de 25 kg.

Na maioria dos países, o peso é superior a esse. No Brasil, o saco pesa em média 50 kg. O excesso de peso levantado pelo trabalhador é o responsável por grande parte das lesões na coluna vertebral, e por significativo número de acidentes de trabalho.

Planejamento

O sindicalista explica ainda que a ICM negociará junto aos bancos que financiam grandes obras ao redor do mundo a inclusão de cláusulas contratuais que garantam o cumprimento da legislação trabalhista. No Brasil, o diálogo será com o BNDES.

A ICM também incentivará os empregados de multinacionais de todo o mundo a filiar-se a sindicatos, ou a criá-los onde não existem.




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