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EMPREGO
Terça - 25 de Outubro de 2011 às 20:11
Por: Neusa Baptista

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Foto: Arquivo

Foi adiada para o dia 3 de novembro a decisão sobre a situação dos funcionários da empreiteira Gutierrez, que presta serviços na obra da nova fábrica da Votorantim Cimentos, em uma área de 1.850 mil hectares, no Distrito do Aguaçu. Depois de se reunir ontem (24) com representantes da empresa, vindos da sede, em Campinas (SP), e o sindicato da categoria (SINTRAICCCM), uma comissão que representa os cerca de 480 empregados da Gutierrez na obra atendeu ao pedido da empresa de que fosse dado até o dia 3 de novembro para se pronunciar sobre as reivindicações dos trabalhadores.

Eles pedem reajuste de 30% sobre o valor da hora trabalhada, que hoje é de R$ 4.7 para pedreiros, carpinteiros e armadores e R$ 4.67 para montadores; com o reajuste, os valores passariam a R$ 5,20 e R$ 6, respectivamente.  Eles também querem que, aos sábados, seja estipulado o pagamento de 50% do valor da hora trabalhada entre as 7:30 e as 11:30, e depois do meio dia, 100% da hora trabalhada.

Outra reivindicação é que os empregados sejam liberados do trabalho no dia do pagamento do salário. Para compensar as horas não trabalhadas, eles ficariam meia hora mais às sextas-feiras, passando a sair do trabalho às 17 h. “O valor pago a estes trabalhadores, se retirados prêmios e outras gratificações, é o piso salarial da categoria. Isso não pode ser regra, ainda mais para empresas do porte da Gutierrez e Votorantim. O progresso precisa vir para todos, não só para os empresários”, opinou o presidente do  SINTRAICCCM, Joaquim Santana.

O carpinteiro Gilliard Pinheiro, um dos integrantes da comissão de trabalhadores, informa que o grupo não saiu satisfeito da reunião.

“Esperávamos uma resposta da empresa às nossas reivindicações, mas eles vieram preparados para dizer não. Pois nós também dissemos não”.

Paralisação

Na tarde desta terça (25), representantes do sindicato estiveram no canteiro de obras para falar com os trabalhadores, que paralisaram as atividades no início do dia. Revoltados com os salários pagos pela empresa, eles cruzaram os braços e pediram a presença do sindicato.

No
local, Joaquim Santana  tirou dúvidas sobre o acordo fechado com a empresa e os trabalhadores resolveram voltar à ativa nesta quarta (26).  A pedido do sindicato, o dia de hoje, que não foi trabalhado, não será descontado no salário.

A principal reclamação é quanto ao salário. Segundo os funcionários, para complementar o pagamento, que é o piso da categoria, eles precisam fazer horas extras. Um carpinteiro, que não quis se identificar, observa que o valor da hora trabalhada é o mesmo que recebia há dois anos em outra empresa. “Independente de melhora, não vou continuar aqui”, diz ele, que veio do interior do Estado para trabalhar.

Alguns trabalhadores chegam a fazer 130 horas extras por mês, chegar em casa por volta de 22 horas, uma rotina que eles consideram cansativa.





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