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PECUÁRIA
Sábado - 27 de Agosto de 2016 às 16:50
Por: Redação TA c/ Gcom - MT

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Foto: Gcom-MT
O reconhecimento da pecuária mato-grossense no cenário mundial ganhou duas importantes ações de peso recentemente, que vem ao encontro do papel desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), criado pelo Governo de Mato Grosso para promover a carne produzida no estado estabelecendo critérios de rastreabilidade e indicadores técnicos e socioambientais.

Uma das ações foi lançada em Cuiabá nesta semana pelo grupo francês Carrefour que criou uma plataforma de controle e rastreabilidade da carne bovina que irá abastecer todas as lojas da rede, a maior no varejo brasileiro e uma das maiores do mundo.

A partir de uma política nacional adotada especificamente para a compra de carne in natura, o grupo estabeleceu um sistema completo de monitoramento dos processos produtivos e será desenvolvido em parceria com os 22 fornecedores do produto, parte deles com empreendimentos em Mato Grosso, como os frigoríficos JBS, Marfrig, Grupo JD e BRF.

Outra ação foi anunciada na semana passada pela Arcos Dourados no Brasil, empresa que administra a rede Mc Donald’s na América Latina, que comprará carne de áreas praticantes da pecuária sustentável.

A empresa será a primeira do segmento de serviço rápido a adquirir o produto proveniente de regiões verificadas. Inicialmente, serão 250 toneladas por ano, mas o projeto prevê que ao longo dos próximos anos, 100% da carne utilizada na rede venha dessas áreas.

O presidente do Imac, Luciano Vacari, destaca que as duas recentes inciativas, geridas por grandes marcas mundiais que escolheram Mato Grosso para iniciar projetos voltados à pecuária sustentável demonstram reconhecimento pela produção mato-grossense.

"Produzir e vender a melhor carne do Brasil é um dos objetivos do Imac. E trabalhamos para aliar a isso nosso modelo de produção que é o modelo mais sustentável do mundo. Mato Grosso tem o maior rebanho comercial do brasil e mais de 60% da área preservada.

É um ativo importante que nós temos. E o Imac atua, unindo todas essas vantagens em um produto único, reconhecido, certificado, selado. Iniciativas como essa do Carrefour, do Mc Donald’s e de outras que virão, mostram o reconhecimento do nosso modelo", pontuou o gestor.

Plataforma Carrefour

A ferramenta será desenvolvida pela empresa com os 22 fornecedores de carne bovina in natura. O sistema irá cruzar os dados das plantas produtivas de cada fornecedor com critérios públicos para identificar possíveis inconformidades, coibindo que as fazendas produzam carne em áreas de desmatamento ou embargadas, unidades de conservação, terras indígenas ou mesmo com uso de trabalho escravo.

A implantação total da ferramenta será progressiva, ao longo do próximo ano.Auditorias externas realizarão verificações constantes sobre tudo o que é cadastrado pelos fornecedores na ferramenta e, em caso de descumprimento de pelo menos um dos critérios, será imediatamente suspensa até sua comprovada regularização.

Todos os biomas brasileiros estão contemplados pela plataforma, sendo que o monitoramento do desmatamento será concentrado na região Amazônica, que reúne 28 plantas produtivas fornecedoras de Carrefour e Atacadão.

“Essa iniciativa marca mais uma importante etapa do compromisso global do Grupo Carrefour para que as cadeias de fornecimento da companhia sejam mais sustentáveis. Atualmente, a pecuária tem importantes desafios para conciliar a produção e conversação, em especial, na Amazônia.

Por isso direcionamos nossos esforços para mudar este cenário ao lado da iniciativa pública, privada e sociedade civil”, destaca Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade do Carrefour Brasil

Novo Campo

A primeira remessa de carne que será utilizada nas lojas Mc Donalds no Brasil será proveniente do Programa Novo Campo, localizado no município de Alta Floresta, norte de Mato Grosso.

O projeto foi implementado pela empresa Pecuária Sustentável da Amazônia (Pecsa), responsável por captar recursos financeiros e implantar as boas práticas nas fazendas, conjuntamente com o Instituto Centro de Vida (ICV), responsável pelo monitoramento das práticas.

A empresa JBS é parceira do Programa, garantindo a compra e o processamento da carne."A iniciativa tem grande valor. A cada dia está mais difícil para o produtor rural continuar na atividade sem se preocupar com sustentabilidade.

E isso é sentido até pela própria demanda do consumidor, que já começa a exigir carne com rastreabilidade, que não tenha origem em áreas ilegalmente desmatadas ou de qualquer exploração irregular”, afirma Fernando Sampaio, presidente do Grupo de Trabalho Pecuária Sustentável.

O secretário adjunto de Agricultura da Sedec, Alexandre Possebon, destacou que as iniciativas lançadas geram ganhos para toda a cadeia produtiva da pecuária e se juntam às diretrizes estabelecidas pela Estratégia PCI – Produzir, Conservar e Incluir, do Governo do Estado, que se comprometeu em reduzir o desmatamento ilegal a zero até o ano de 2020 e também em realizar ações para conter o aquecimento global.

“O PCI tem no sistema de governança buscar a eficiência da produção agropecuária e florestal de Mato Grosso, aliada à conservação da vegetação nativa e recomposição dos passivos ambientais”, pontuou o secretário.

É o primeiro instituto do País neste segmento e o sexto do mundo, para atuar na promoção da carne bovina do estado que detém o maior rebanho do Brasil, com 29, 2 milhões de animais.

O Imac definiu os critérios para atestar a qualidade da carne produzida em território estadual, por meio do selo “Carne de Mato Grosso”.

O sistema conta com quatro critérios de validação: rastreabilidade, acompanhamento por meio da Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, nota fiscal e marca fogo do proprietário nos animais, o de cumprimento de indicadores socioambientais, e a ainda a inscrição das unidades frigoríficas, onde os animais serão abatidos, junto ao sistema estadual de pesagem.

 





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