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Domingo - 27 de Fevereiro de 2011 às 19:20
Por: BRUNO GARCIA - Mídia News

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MidiaNews/Fablício Rodrigues
Dito Loro, secretário de Habitação de VG: suspeita de ser peça-chave em suposto esquema do PAC
Dito Loro, secretário de Habitação de VG: suspeita de ser peça-chave em suposto esquema do PAC
A polêmica em relação ao Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) de Várzea Grande, cujas obras estão paralisadas desde a deflagração da Operação Pacenas, pela Polícia Federal, em agosto de 2009, pode ganhar novos contornos.

O secretário de Habitação e Regularização Fundiária do Município,  Benedito Gonçalo de Figueiredo, o "Dito Loro", aparece como peça-chave de um suposto esquema que o ligaria a empreiteiras.

Reportagem do jornalista Jonas Campos, da Rede Globo, nesta sexta-feira (25), traz um depoimento comprometedor de uma testemunha que aponta para a existência de favorecimento de empreiteiras por parte da Prefeitura da Cidade Industrial.

A testemunha, cujo nome é mantido em segredo pela emissora, afirmou estar disposta a comparecer ao Ministério Público Federal (MPF) e contar tudo que diz saber sobre o escândalo das obras do PAC em Várzea Grande.

Ela afirmou que as pessoas envolvidas no escândalo já contavam as obras como certas. "Sim, eles sempre falavam que já estavam no papo as obras de Várzea Grande", conta a testemunha ao jornalista.

Um dos supostos envolvidos no esquema, segundo a testemunha, é Dito Loro, que, na época da licitação, era presidente do Departamento de Águas e Esgoto, o DAE. Loro teria estreitas ligações com os donos das construtoras.

"Chegou o Dito e falou que muitas empresas iam participar de Várzea Grande e que tinha que dar um jeito de tirar essas empresas para ficar o grupo de Cuiabá", conta.

Na Operação Pacenas, os telefones dos principais envolvidos foram grampeados pela Polícia Federal, com autorização da Justiça. Numa das escutas, o então deputado estadual Carlos Avalone falou com seu irmão, chamado Marcelo, proprietário da Construtora 3 Irmãos, umas das que tocavam a obra. Durante o telefonema, conversaram sobre a diferença num pagamento que seria feito às empresas.

A reportagem mostra parte de uma conversa onde Avalone afirmou: "O cara já identificou lá um problema grande a nosso favor. Uma mudança lá vai dar uma diferença grande a nosso favor".

Loro comemora

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento nas obras de pouco mais de R$ 6 milhões. Por causa desse sobrepreço, novos repasses foram suspensos, mas a Prefeitura de Várzea Grande conseguiu reverter a decisão na Justiça.

Dito Loro acompanhava a guerra jurídica, revela a reportagem. O então procurador do município, Antônio Carlos Roque, ligou para Dito Loro para comunicar que a verba estava liberada. Loro vibrou ao receber a notícia de que a liminar foi derrubada. "Não podia ter recebido notícia melhor", comemorou, na ligação telefônica.

Em uma das escutas, Dito Loro orientou Carlos Avalone sobre o que deveria fazer para tentar receber o dinheiro. "Como não constou que era para pagar o que tava feito, você entra com esse procedimento questionando o tribunal para o tribunal posicionar favorável a isso", explicou o então presidente do DAE.

De acordo com as escutas, o prefeito Murilo Domingos queria resolver o problema, mas garantir também o pagamento das empreiteiras.

Outro lado

Ao ser procurado pela equipe da TV Centro América, Dito Loro negou que houve algum tipo de irregularidade na escolha das construtoras: "Não tem nenhuma de nossas licitações que foram feitas, que tenham menos de 20 empresas participando. Quer dizer que as 20 empresas que estavam participando estavam pré-selecionadas?", questionou.

O advogado dos empresários e também de Carlos Avalone, Francisco Faiad, disse que não houve superfaturamento nas obras do PAC em Várzea Grande. Afirmou que os preços dos materiais seguiam uma tabela nacional usada pela Caixa Econômica Federal e Tribunal de Contas.

O advogado negou que as construtoras tenham sido favorecidas. E disse que as escutas foram consideradas ilegais pela Justiça.

Faiad ainda afirmou que o presidente do Superior Tribunal de Justiça manteve o arquivamento do caso Pacenas. Mas, a Procuradoria Regional da República entrou com um recurso chamado de "agravo de instrumento" em agosto do ano passado.

Atualmente, este agravo ainda está na Coordenadoria de Recursos do Tribunal Regional Federal para ser enviado ao STJ. O Superior Tribunal de Justiça informou que ainda não recebeu o recurso.

Já o atual procurador do município de Várzea Grande, Geraldo de Oliveira, disse que as obras do PAC foram retomadas em alguns lotes. E, nas áreas onde as obra estão paralisadas, a prefeitura negocia a transferência dos serviços com o Governo do Estado.

Com informações da TV Centro América, Mídia News




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