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ESPORTES
Quarta - 20 de Outubro de 2010 às 17:25
Por: globoesportes.com

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Foto: Bianca Rothier
Jérome Valcke na coletiva para explicar punições sobre o escândalo na Fifa
Jérome Valcke na coletiva para explicar punições sobre o escândalo na Fifa

Foram 10 horas de suspense na sede da Fifa, em Zurique, na Suíça. Depois de uma longa reunião, o Comitê de Ética decidiu apenas suspender provisoriamente Amos Adamu e Reynald Temarii, os integrantes do Comitê Executivo que estão sendo investigados por aceitar suborno. A medida vale por 30 dias, porém o prazo pode ser ampliado por mais 20 – o que coincidiria com o anúncio das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, marcado para 2 de dezembro.

- Vou lutar pelo jogo limpo. Como presidente da Fifa, é minha obrigação proteger a reputação do esporte e, em especial, da entidade. Estamos tentando manter a credibilidade da Fifae restaurar a confiança, mas não podemos garantir que todos se comportem como esperamos – afirmou Joseph Blatter, que, após o pronunciamento, não quis falar com os jornalistas.

Amos Adamu e Reynald Temarii são acusados de quebrar o Estatuto, o Código de Ética e o Código Disciplinar da Fifa. Apenas o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e o presidente do Comitê de Ética, Claudio Sulser, conversaram com a imprensa.

- Prometemos tolerância zero com qualquer problema que possa atrapalhar a imagem da Fifa, mas temos que garantir que os acusados tenham direito de defesa – tentou justificar o advogado e ex-jogador de futebol Claudio Sulser.

Segundo o presidente do Comitê de Ética, o processo de investigação não deverá atrapalhar o calendário da Fifa.

- Não estamos considerando adiar o anúncio das sedes de 2018 e 2022, mas não sou profeta. Tudo vai depender dos trabalhos. Espero ter uma posição entre os dias 15 e 17 de novembro - prometeu Claudio Sulser.

Durante o dia, os integrantes do Comitê de Ética assistiram aos vídeos cedidos pelo jornal britânico "The Sunday Times", nos quais dois dos 24 integrantes do Comitê Executivo que participarão da escolha das sedes negociam dinheiro em troca de apoio. Na sequência, Amos Adamu e Reynald Temarii foram interrogados.

- Todos sabem que o futebol envolve muitos interesses e a tentação é sempre grande, mas não é porque uma ou duas pessoas tenham agido errado que toda a Fifa seja corrupta – tentou se defender o secretário-geral da entidade mais importante e lucrativa do esporte.

O Comitê de Ética também abriu um outro processo para investigar uma suposta conivência entre dois países que teriam combinado uma troca de votos para as candidaturas de 2018 e de 2022, o que contraria o regulamento.

- Rumores começaram há algumas semanas, então, achamos melhor prevenir do que remediar - afirmou Valcke, que preferiu não divulgar quais seriam os países.

Entenda o caso

Amos Adamu e Reynald Temarii foram flagrados por jornalistas negociando dinheiro em troca de apoio à candidatura dos Estados Unidos. Com câmeras escondidas, repórteres testaram o comportamento dos dirigentes, se passando por lobistas de um consórcio de empresas interessadas na candidatura americana.

Em uma das conversas, o presidente da União de Futebol do Oeste da África, Amos Adamu, pede 500 mil libras (R$ 1,3 milhão) para investir em "um projeto pessoal" de construção de espaços esportivos na Nigéria.

Em outro flagrante, Reynald Temarii, um dos vice-presidentes da Fifa e presidente da Confederação de Futebol da Oceania, negocia dinheiro para construir uma academia esportiva. O taitiano foi além e revelou ainda que dois países que lutam para receber o evento já tinham oferecido entre US$ 10 milhões (R$ 16,7 milhões) e US$ 12 milhões (R$ 20 milhões) por um voto.

Inglaterra, Rússia e as candidaturas conjuntas Bélgica-Holanda e Espanha-Portugal disputam a organização do Mundial de 2018, enquanto Austrália, Coreia do Sul, EUA, Japão e Qatar são candidatos a 2022. A Fifa anunciará no dia 2 de dezembro em Zurique os países escolhidos para sediar as duas próximas edições do torneio.
 





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