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PARALISAÇÃO
Quinta - 31 de Março de 2016 às 10:36
Por: G1 MT

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Membros da Federação Médica Brasileira (FMB) visitaram a Policlínica do Coxipó e o Pronto-Socorro de Cuiabá nesta terça-feira (29), a fim de avaliar a situação da saúde local, e afirmaram que as duas unidades de saúde ferem os direitos humanos. Eles vieram à capital demonstrar apoio à greve iniciada pelos médicos da rede municipal há 24 dias.

O diretor da Federação, Eduardo Santana, afirmou que não vê uma saída para os problemas encontrados nas unidades se não houver diálogo com a prefeitura e a sociedade. "Estou convencido dos problemas transcenderam a falta de condições de trabalho. As duas unidades [de saúde] tem problemas que ferem os direitos humanos. Antes de discutir se a greve é legal ou ilegal, tem que se discutir o que vem acontecendo na saúde”, disse.

Durante as visitas, os membros da FMB afirmaram ter encontrado pacientes internados há 15 dias na Policlínica do Coxipó, em controvérsia com a real função da unidade, que deve prestar apenas o primeiro atendimento à população. No Pronto-Socorro da capital, Eduardo avaliou a Ala Vermelha  como um horror, uma vez que encontrou pacientes internados até no vão de uma escada.

A greve continua
Uma assembleia foi realizada pelos médicos na terça-feira (29) e decidiu por continuar em greve, mesmo após a Prefeitura de Cuiabá passar a cortar os salários e benefícios dos profissionais que não retornarem aos postos de trabalho, na última segunda-feira (28).

A greve foi declarada ilegal pela Justiça antes mesmo de começar, mas, segundo a presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Eliana Siqueira, a categoria tenta derrubar a liminar na Justiça. Ela afirmou, ainda, que a atitude do município em cortar a remuneração dos profissionais é um ato ilícito.

"Houve a determinação de multa diária, mas não de corte do ponto e dos benefícios. A justiça não ouviu o nosso lado. Contestamos a justiça e a resposta deve sair hoje à tarde”, disse.

Em nota, a prefeitura disse que está disposta a dialogar com a categoria, desde que os médicos reassumam os plantões. Em relação ao corte de ponto dos faltosos, o município disse que está cumprindo o que determina a lei, cortando o pagamento daqueles profissionais que não estão respeitando a carga horária de trabalho.

Mutirão
Na quarta-feira (30) o sindicato da categoria (Sindmed-MT), realizou mais um mutirão de atendimento, dessa vez no posto de saúde da família (PSF) do Bairro Areão, em Cuiabá. A presidente do Sindmed, Eliana Siqueira, explicou que tais ações servem para desafogar a demanda de pacientes, uma consequência da greve.

“Nós [os médicos] ficamos preocupadíssimos com os atendimentos que não estão sendo feitos. Mas as pautas que reivindicamos constam em um acordo assinado com a prefeitura em 2009. Não dá para interromper a paralisação agora, sem ter alguma ação efetiva”, disse.

Reivindicações
A greve começou no dia 7 de março e foi declarada ilegal pela Justiça antes mesmo de iniciar. Também foi imposta multa diária caso os médicos não voltassem ao trabalho. Na primeira decisão judicial, o valor foi de R$ 50 mil. Na segunda, a multa subiu para R$ 70 mil.

Os profissionais pedem a implantação do piso nacional da categoria, que é de R$ 12,9 mil por 20 horas semanais, o pagamento das horas extras e melhores condições de trabalho. O piso atual dos médicos concursados é de R$ 3,8 mil. 




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