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EDUCAÇÃO
Quarta - 21 de Setembro de 2016 às 06:45
Por: Redação TA c/ Gcom-MT

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Foto: Seduc-MT

Fazer com que o currículo escolar assegure a formação dos estudantes de forma plena e significativa. É com esse objetivo, que a Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) desenvolve a disciplina Projeto de Vida nas quatro unidades de Escolas Integrais de Tempo Integral, de ensino médio, em Mato Grosso.

A disciplina se baseia na articulação dos estudos relacionados às outras áreas do conhecimento da Base Nacional Comum, como Língua Portuguesa, Matemática, História e Geografia, no viés da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. “Além disso, norteia os estudantes em seu desenvolvimento pessoal, autônomo e escolar na construção do seu projeto de vida”, explica a coordenadora do Ensino Médio da Seduc-MT, Célia Leite.

De acordo com ela, em sala de aula, o professor faz com que os estudantes reflitam sobre suas percepções, de onde estão para onde querem chegar. “O aluno precisa considerar as habilidades atuais e as necessárias para atingir o que querem, considerando os valores fundamentais como escolhas criteriosas, conhecimentos adequados, repertórios culturais e morais necessários para a tomada de decisões nas diferentes dimensões da vida humana – pessoal, social, produtiva, emocional, profissional – na busca do sentido da própria existência e da autorrealização”, ressalta.

Célia exemplifica que no módulo inicial o professor trabalha, entre outras competências, a autodeterminação, autoconhecimento, autoconfiança, planejamento, perseverança, responsabilidade, otimismo, autonomia, solidariedade, respeito, iniciativa.

Em um segundo momento, o educador irá promover discussões, reflexões e atitudes de promoção da sustentabilidade, educação ambiental, prevenção e atenção à saúde, alimentação saudável, práticas corporais e culturais. “São temas cada vez mais presentes nas discussões do cotidiano da sociedade e nos currículos das escolas de Educação Básica. Precisamos fortalecer espaços de debate na escola”, aponta.

Na prática

Os alunos da Escola Estadual Antônio Epaminondas, em Cuiabá, que conta com ensino integral, estão experimentando na prática os quatro pilares da educação integral: aprender a ser e aprender a conhecer (1º ano); aprender a ser, conhecer e conviver (2º ano); e aprender a ser, conhecer, conviver e fazer (3º ano).

O professor Rômulo Figueiredo, com formação em Biologia, responsável pelo Projeto de Vida na unidade escolar, conta que semanalmente são desenvolvidas 16h de atividades voltadas para a orientação e o aluno vai concluir o projeto de ação até o término do ensino médio. “Trabalhamos a identidade dos estudantes, quem ele é, o que ele quer fazer no futuro. Nesse processo, eles conhecem aptidões, talentos e afinidades, definem metas, objetivos, visão e missão futura”, conta o educador, destacando a importância do estudo de temas transversais, como cultura, sustentabilidade, saúde e aspectos físicos.

É o caso da estudante Giselly de Moraes Cores, do 1º ano, que diz que não sabia ao certo que caminho trilhar profissionalmente, mas que agora já começa a traçar seu plano. “Minha meta é conquistar uma vaga em uma faculdade de engenharia civil, mecânica ou direito”, garante.

Em Rondonópolis, os educadores Cleiton Malheiro, com licenciatura em Letras Língua Portuguesa e Literatura, e Natália Bianca de Lara, com licenciatura em Educação Física, conduzem a disciplina proporcionando aos alunos condições para a reflexão e compreensão acerca da importância de projetar objetivos, desejos, metas e sonhos. “É uma experiência de ensino/aprendizagem na qual o aluno considera suas vivências como o ponto de partida para reformular concepções, redefinir papéis”, argumenta Cleiton.

Natália cita que eles utilizam uma metodologia na qual o professor torna-se o mediador, responsável por dirigir situações de aprendizagem e organizar os espaços escolares transformando-os em um ambiente descontraído, acolhedor e produtivo, e o jovem, o protagonista de todo o processo, responsável por atribuir significância ao aprendizado.

De acordo com os professores, a metodologia é composta por seis etapas e cada uma serve de fio condutor para a próxima, sempre incentivando, instigando e estimulando a participação do aluno por meio de dinâmicas e jogos lúdicos, com a finalidade de possibilitar a reflexão pessoal. “Além do desenvolvimento de habilidades e competências tais como relacionamento interpessoal, trabalho em equipe, comunicação, organização, planejamento”, complementam.

O estudante Eduardo Felipe, do 3º ano, aprova o projeto e diz que não é apenas mais uma disciplina do currículo escolar, é uma matéria de convivência e experiências muito válidas. “Aprendemos muito a cada dia, principalmente a nos tornarmos pessoas melhores, mais éticas, mais gentis. Os ensinamentos nos ajudam a continuar de pé, diante das adversidades, a correr atrás de nossos sonhos e transformá-los em realidade”, frisa.

O secretário adjunto de Política Educacional, Edinaldo Gomes de Sousa, ressalta a importância do papel da escola na concretização do projeto de vida dos estudantes e, ao mesmo tempo, que precisa atender as expectativas dos alunos e contribuir para ampliar suas oportunidades. “A escola é um espaço privilegiado, é o local de convivência social e estabelecimento de relações sociais favoráveis pelo viés da educação integral. O objetivo maior da educação é a formação de pessoas autônomas, conscientes e reflexivas, de cidadãos atuantes e realizados”.





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