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EDUCAÇÃO
Quarta - 02 de Março de 2016 às 11:00
Por: Da Redação TA c/Assessoria

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 O secretário adjunto de Políticas Educacionais da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Gilberto Fraga de Melo, participou na ultima segunda-feira (29.02), da audiência pública realizada em Cáceres pelo deputado estadual Wilson Santos. O objetivo do evento foi apresentar relatório preliminar das audiências realizadas pelo parlamentar, no ano passado, sobre a implantação e a avaliação do currículo escolar organizado em Ciclo de Formação Humana na rede estadual.

O deputado afirmou que as mesmas dificuldades encontradas no início da implantação do sistema em Mato Grosso, há mais de dez anos, perduram até hoje – e apontou alguns fatores que levaram a isso. Para ele, o principal fato é que o Estado foi negligente, e o sistema foi tratado como uma política de governo e não de Estado. “Iniciou-se um processo gigantesco de mudanças, mas sem suporte e preparação mínima dos docentes, gestores, família e ambiente escolar”, ressaltou.

Santos afirmou ser a favor da continuidade do sistema na rede estadual, com mudanças, e propõe um período intermediário de até nove anos para a adequação e implantação de maneira completa. São cerca de 20 itens propostos, entre eles a ampliação da Política de Formação Continuada para os profissionais; avaliação institucional; escola em tempo integral; plano de melhoria de aprendizagem; qualificação dos gestores escolares; entre outras.

“Cáceres é o primeiro município a conhecer o documento preliminar. A intenção é submeter à crítica de quem está no chão da escola, e a expectativa é chegar a um relatório final que será entregue ao governador Pedro Taques, com sugestões para a política de educação do ensino fundamental em Mato Grosso”, mencionou Santos, destacando que o trabalho foi realizado em oito cidades polos (Cáceres, Sinop, Alta Floresta, Tangará da Serra, Rondonópolis, São Félix do Araguaia, Barra do Garças e Cuiabá).

Comissão

O secretário adjunto, Gilberto Melo, destacou que o estudo realizado pelo parlamentar converge em muitos pontos com o trabalho desenvolvido, durante sete meses, pela Seduc. Um comissão foi formada por representantes do Conselho Estadual de Educação (CEE), Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-MT), União dos Conselhos Municipais de Educação de Mato Grosso (Uncme-MT), Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Assembleia Legislativa.

Conforme Melo, o objetivo foi promover uma análise reflexiva sobre a prática educativa e o sistema, os avanços, limites e possibilidades, bem como as perspectivas para o Estado. O documento foi entregue ao governador Pedro Taques no fim do mês de outubro.

O estudo também apontou distanciamento entre a proposta inicial do sistema de ensino, orientado pelo desenvolvimento individual de cada aluno, e sua aplicação. Um dos pontos mais criticados pela comunidade escolar em geral é a não reprovação do estudante. Para a comissão, houve um entendimento equivocado de que a não retenção significa não avaliar. Em muitas escolas este pensamento levou ao abandono de qualquer processo avaliativo. “Mas o que o sistema propõe é o conceito de progressão continuada, que prevê um acompanhamento mais consistente ao aluno”.

O secretário informou que como parte das estratégias para diagnosticar as necessidades de aprendizagens dos estudantes para planejar, executar e orientar ações e políticas públicas com foco na melhoria da educação, a Seduc realiza nos dias 29 e 30 de março a primeira avaliação institucional com mais de 160 mil estudantes. “Os resultados também irão fomentar ações de formação e desenvolvimento profissional dos profissionais da Educação Básica, com a participação dos educadores como protagonistas de transformação social e inovação no ensino, na aprendizagem e na gestão educacional”, pontuou.

A diretora de Gestão de Licenciatura da Pró-reitoria de Ensino de Graduação da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), professora Rinalda Bezerra Carlos, lembrou que o sistema foi negligenciado e implantado de forma parcial. “O Ciclo de Formação Humana envolve muito além da aprendizagem. É sobre o desenvolvimento do ser humano, que engloba professor e aluno. Precisamos aprofundar muito a discussão”, sugeriu.

A professora relatou que a Unemat há quatro anos começou o processo de revisão de suas matrizes curriculares, na qual se inserem os cursos de Pedagogia e das Licenciaturas. “Estamos no momento de vivenciar as mudanças, porque a universidade está preocupada com a formação destes profissionais, e também na formação continuada em serviço”, frisou.

Participação

A audiência contou com a participação de cerca de 100 profissionais da educação; dos deputados estaduais Adriano Silva e Leonardo Albuquerque; da vice-prefeita e da secretária de Educação de Cáceres, Eliene Liberato e Nelci Eliete Longhi, respectivamente; do presidente do Conselho Estadual de Educação, Carlos Alberto Caetano; do presidente do Sintep/Cáceres, Orlandir Cavalcante; entre outros.





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