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EDUCAÇÃO
Terça - 29 de Agosto de 2017 às 09:17
Por: Redação TA c/ MPE-MT

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Foto: Divulgação

Um projeto-piloto de mediação escolar, criado com o objetivo de desenvolver metodologias e práticas de resolução de conflitos de forma pacífica, será implantado em seis escolas públicas do Estado, instaladas em Cuiabá. O Termo de Cooperação Técnica para a execução do projeto e a implantação e funcionamento do “Núcleo de Mediação Escolar de Cuiabá” foi assinado, na tarde desta segunda-feira (28), por representantes do Ministério Público do Estado, Tribunal de Justiça e Governo do Estado.

O primeiro passo para efetivação do projeto está sendo a capacitação de 24 profissionais que atuarão no Núcleo, sendo 20 da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer e quatro do Ministério Público do Estado. O curso inicial totaliza 40 horas e se estenderá até o dia 1º de setembro, na Sede das Promotorias de Justiça de Cuiabá. A capacitação continuada prossegue nos próximos meses, com três encontros – 27 de outubro, 24 de novembro e 15 de dezembro, num total de 50 horas. As aulas estão sendo ministradas pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec do Tribunal de Justiça).

Os profissionais serão capacitados, também, para serem multiplicadores e assim contribuírem no desenvolvimento do “Projeto Piloto de Mediação Escolar”. Estes multiplicadores depois vão sensibilizar e capacitar os professores que trabalharão como mediadores escolares nas unidades de ensino.

Dados divulgados pelo portal Qedu, em março deste ano, revelam que mais da metade dos educadores de escolas públicas no Brasil afirma ter presenciado agressões físicas ou verbais de alunos a funcionários, incluindo professores, no ambiente escolar. Em Cuiabá, a realidade não é diferente, daí a importância de levar a política da pacificação social para dentro das escolas, onde a violência é cada vez maior.

O objetivo do Núcleo é apoiar as unidades de ensino no desenvolvimento de metodologias e práticas alternativas de resolução de conflitos, promovendo por meio da atuação extrajudicial, a pacificação social e o pleno exercício da cidadania. A proposta é a união de esforços para trabalhar no sentido de prevenir e reduzir os índices de violência e indisciplina dentro do ambiente escolar.

“Hoje, com a assinatura deste termo, nós estamos desenhando um trabalho que precisa ser concretizado. Como vamos enfrentar esta triste realidade que é a violência dentro das escolas? Primeiro, realizando um trabalho em conjunto, somando esforços, pois só assim conseguiremos ir mais longe. Segundo, fomentando o diálogo e a construção de consenso dentro da comunidade escolar. Temos que substituir o cenário de violência, por um cenário onde as pessoas conversem e resolvam seus conflitos. Se levarmos o diálogo, a busca da pacificação para comunidade escolar, vamos levar também para dentro das famílias, para o bairro, o município e o Estado”, destacou o procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo.

Por meio do Núcleo, MPE, TJ e Seduc querem trabalhar o conhecimento, a reflexão e a discussão de temas como a comunicação não-violenta, práticas restaurativas, mediação de conflitos e estratégias para prevenção da violência e resolução pacífica de conflitos.

Para o presidente do Tribunal de Justiça, Rui Ramos, o projeto é o início da preparação de uma cidadania mais avançada. “Precisamos fomentar o diálogo. Hoje pouco se conversa, muito se agride, tanto físico, quanto psicologicamente. Este ambiente de conflito está sendo levado cada vez mais para dentro das salas de aula e isso não pode continuar. Hoje a realidade está nitidamente posta ai, não temos dificuldade em ver. Porém, precisamos fazer alguma coisa e a criação e instalação deste Núcleo é um grande passo. É um trabalho em conjunto que tenho certeza que surtirá grandes resultados”.

“Tenho certeza que estamos construindo algo para o futuro. Estamos criando indivíduos sem valor, sem limites civilizatórios. Hoje tudo pode, tudo é permitido. A professora agredida em Santa Catarina é o reflexo da desestrutura familiar e da falta de limites. Às vezes a sensação é de estarmos enxugando gelo, mas não podemos desistir. A minha obsessão é construir um modelo institucional e deixar este legado. Apesar das dificuldades temos aqui um grande time e, tenho certeza, que podemos avançar”, acrescentou o secretário de Estado de Educação Marco Marrafon.





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