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EDUCAÇÃO
Domingo - 15 de Outubro de 2017 às 10:14
Por: Yuri Ramires | Seduc-MT

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Junior Silgueiro/Seduc-MT
Professora da EE Dr. Hélio Palma de Arruda, no bairro Planalto, Ezelina Moraes da Cruz
Professora da EE Dr. Hélio Palma de Arruda, no bairro Planalto, Ezelina Moraes da Cruz

Motivado por um sonho, Natanael Moraes, professor de matemática da Escola Plena Rafael Rueda, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, tem um desafio em suas mãos. Ele acredita que a educação é uma ferramenta de transformação social e que, para isso, é preciso ir além das tarefas pedagógicas.

Há dois anos na profissão, ele conta que assumiu o compromisso de atuar em uma escola de período integral, em uma região carente da cidade. “É um desafio social, nossa região tem muita vulnerabilidade. Tínhamos alunos que vinham para a escola como uma opção para passar o dia”, lembra.

Segundo ele, um dos desafios da profissão é descobrir métodos de ensino mesmo diante das dificuldades. “Seja a falta de recursos, de investimentos ou até mesmo de gestão. Precisamos superar todas essas barreiras para levar o melhor até nossos estudantes”.

Hoje ele entende o desafio. A Escola Plena Rafael Rueda tem se destacado pela qualidade de ensino ofertada aos estudantes da região do Pedra 90. “Vivemos uma realidade diferente hoje, os alunos estão indo com vontade de aprender e estamos vendo essa evolução. Hoje eles têm sonhos, é uma realidade, uma conquista”.

“O sonho de mudar a realidade dessas crianças é o que me motiva, queremos que eles entendam que são capazes de mudar, de crescer por meio da educação”.

A professora Joanice Natalina Barros de Souza, de 60 anos, passou 27 deles dentro da sala, ensinando matemática na Escola Estadual Mário de Castro, também no Pedra 90. Nesse tempo, a mudança mais sentida por ela foi a ausência da família no cotidiano escolar.

“Quando eu comecei a trabalhar, tínhamos a participação integral da família nas atividades, hoje não vemos mais isso. Precisamos implorar para que os pais ou responsáveis apareçam na escola”, disse.

Na era tecnológica, a professora também lembra das dificuldades de atrair os alunos, que segundo ela, demonstram pouco interesse nos métodos tradicionais. “Temos que buscar formar de prender a atenção deles”.

Transformação

Para o professor de história Cícero Nascimento Silva, a profissão o levou para a sala de aula com o objetivo de ser útil na transformação social. “Eu precisava ser útil à sociedade, dizer a ela que é possível mudarmos e que a educação é um meio para isso”.

Entre elas, a educadora recorda alguns casos vivenciados ao longo dos seus 17 anos de profissão, como alunos que vão para a aula sem alimentação, que não possuem o que vestir, além dos que usam e vendem droga dentro da unidade de ensino.

“Precisamos sempre estar nos renovando, buscando formas de conquistar esse aluno, de ter ele por perto, para que o processo de ensino-aprendizagem seja feito. Eu gosto de ser professora, eu consigo trazer meus alunos”, disse.

Desafios

O coordenador de Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), Rogério Gomes, lembra que a formação dos profissionais não os preparam para os desafios do dia-a-dia.

“São tantos, que em determinado momento passamos a nos questionar se é esse mesmo o nosso projeto de vida. Mas, para quem seguiu firme e se consolidou como profissional da educação, sente orgulho de quem é”.

Rogério explica que ser professor é trabalhar diretamente vidas. “Eles nos depositam confiança, somos um espelho para essas crianças, junto com a família e a sociedade”.

Por isso, ele acredita que o relacionamento entre aluno e professor é movido pela confiança, já que está ali para direcioná-los para um futuro. “O professor está no momento certo e na hora certa, o profissional que está ciente disso é quem faz a diferença e marca a vida de seus alunos”, resume.





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