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SISTEMA PRISIONAL
Sexta - 28 de Fevereiro de 2020 às 16:42
Por: Redação TA c/ Seplag-MT

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Foto: Divulgação

Brilho nos olhos misturado com timidez e esperança. Essa é a reação das mulheres reeducandas lotadas na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), que buscam uma nova oportunidade após violarem a lei. Na sala em que trabalham as experiências e sonhos são compartilhados, o espírito de equipe prevalece vivo a cada documento que passa de mão em mão.

A Seplag é a primeira Secretaria a ter no quadro de colaboradores, reeducandos que auxiliam na área administrativa. De acordo com o titular da pasta, Basílio Bezerra, a iniciativa em incorporá-los ao quadro de serviços auxiliares ajuda a reintegrá-los ao convívio social e fazer com que se sintam motivados a um novo recomeço por meio do trabalho.

“O Estado está cumprindo com seu papel de ajudar essas pessoas a serem incorporadas novamente à sociedade com a maior naturalidade possível. Isso sem contar que eles são muito dedicados e desenvolvem seu trabalho com a maior competência”, explicou.

O contrato de trabalho estabelecido por meio do termo de cooperação entre a Secretaria de Planejamento e Gestão e a Fundação Nova Chance, autarquia ligada à Secretaria de Estado de Segurança Pública, fez com que os desejos reacendessem a esperança de dias melhores na vida de Maria, Ana Flavia e Jessica (nomes fictícios para preservar a identidade das entrevistadas), entre outras que prestam serviços na Seplag, a maioria cumprindo pena em regime semiaberto.

Todas as manhãs elas levantam e deixam suas famílias para encarar os desafios do dia a dia, o preconceito e seus próprios medos.

Ana Flávia, de 29 anos, mãe de dois filhos, uma das reeducandas em regime semiaberto, trabalha na área administrativa da Coordenadoria Arquivística da Seplag. Ela diz que a oportunidade de trabalho é um presente de Deus. “Nunca imaginei que iria trabalhar para o Estado. Eu gosto muito daqui, sinto-me como se estivesse em casa”.

Aos 25 anos, Jéssica se emociona ao falar dos seus sonhos que foram interrompidos por ter se envolvido no mundo do crime. Segundo ela, seus filhos hoje são sua fonte de inspiração. “Meus filhos mudaram meu jeito de agir. Essa oportunidade é um propósito de Deus, através dela creio que poderei realizar o meu sonho de ser médica veterinária”.

Pela prestação de serviços de oito horas diárias, Maria, de 28 anos, e os demais recuperandos, recebem um salário mínimo e ajuda de custo para transporte e alimentação. Além disso, para cada três dias trabalhados é descontado um dia na pena.

Com o valor recebido, ela irá realizar o desejo de cursar enfermagem, área que sempre lhe chamou atenção. “O salário vai me ajudar a pagar a mensalidade da faculdade, o que antes não era possível porque só meu esposo trabalhava. Já estou mexendo com a documentação para em março iniciar o curso”, relata.

Fundação Nova Chance

Desde 2007, a Fundação Nova Chance (Funac) trabalha com o objetivo de reinserção social de pessoas que estão em privação de liberdade, além de auxiliá-las na recuperação e na assistência familiar.

Nesse sentido, ela tem voltado suas ações para a melhoria das condições de vida dos assistidos por meio da elevação social, moral, física e familiar, assim preparando e mostrando aos assistidos formas de contribuições para o desenvolvimento.





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