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ECONOMIA
Terça - 22 de Setembro de 2015 às 10:00
Por: G1

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 O dólar registra nesta terça-feira sua maior cotação desde a criação do Plano Real, em 1994, ultrapassando a barreira dos R$ 4. O dólar comercial opera em alta de 1,50%, cotado a R$ 4,040 para compra e a R$ 4,042 para venda. Na máxima da sessão, a divisa já atingiu a R$ 4,043. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por sua vez, opera em queda de 0,57%, aos 46.326 pontos.

Se o câmbio encerrar nesse patamar, será a maior cotação da História da moeda americana contra o real. Até então, o recorde do câmbio, em valores de fechamento, havia sido os R$ 3,990 registrados em 10 de outubro de 2002. Naquele mesmo dia, a moeda americana havia atingido a máxima durante a sessão de R$ 4,005, mas fechou abaixo dos R$ 4. Naquela ocasião, semanas antes do segundo turno das eleições presidenciais, os investidores do mercado financeiro temiam as implicações da possível vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

Hoje, a valorização do dólar se dá em contexto político tenso. O Congresso decide na noite desta terça se derruba ou não os 32 vetos da presidente Dilma Rousseff a medidas que aumentam gastos e podem inviabilizar o ajuste fiscal. Entre eles está o veto ao reajuste médio de 56% aos servidores do Poder Judiciário. Com medo de derrota, o próprio governo articula o adiamento ou o esvaziamento da sessão. O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), defendeu o cancelamento da sessão.

Entre as 32 principais moedas do mundo, o real é a que mais perdeu valor contra o dólar no ano. Desde o fim de dezembro, a divisa americana acumula alta de 51,5%, considerando os R$ 4,033 atingidos na máxima do dia. Em 12 meses, a alta acumulada é de 68,5%. Nesse tipo de comparação, apenas o rublo perdeu tanto valor, mas em um contexto russo marcado por sanções econômicas provocadas pelo envolvimento do país no conflito ucraniano.

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Ontem, indicações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá elevar os juros até dezembro e a persistente preocupação com o ambiente político e a implementação do ajuste fiscal levaram o dólar comercial a atingir R$ 3,999 durante a sessão, mas a divisa encerrou os negócios a R$ 3,982, em alta de 0,53%.

A alta do dólar de ontem se manteve mesmo após o Banco Central realizar, pela manhã, dois leilões de linha (em que há compromisso de recompra), no total de US$ 3 bilhões. Depois da operação, no início da tarde, a cotação da moeda americana avançou e alcançou a máxima do dia, de R$ 3,999.

No mercado acionário, as Bolsas europeias operam em forte queda, puxada pelo desempenho ruim de ações ligadas a commodities e de montadoras — sobretudo a Volkswagen, envolvida em escândalo de manipulação dos registros de emissões de gases poluentes dos seus veículos nos EUA. O índice de referência do continente, o Euro Stoxx opera em baixa de 3,31%, enquanto a Bolsa de Londres recua 2,49%. Em Paris, o pregão tem baixa de 3,53%, enquanto a Bolsa de Frankfurt recua 3,33%.

No Ibovespa, as principais ações operam em queda. A Petrobras registra baixa de 3,01% (ON, com voto, a R$ 8,36) e 3,56% (PN, sem voto, a R$ 7,04). A Vale recua 3,51% (ON, a R$ 19,23) e 3,50% (PN, a R$ 15,15). O Banco do Brasil tem baixa de 1,84%, enquanto o Bradesco opera em baixa de 1,94%. No Itaú Unibanco, a baixa é de 1,83%





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