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CIDADE
Terça - 18 de Agosto de 2015 às 14:42
Por: Da Redação TA c/ Assessoria

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 Os primeiros 33 dias do período proibitivo para as queimadas em Mato Grosso registraram um acréscimo de 38% no número de focos de calor, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). De 1º de janeiro a 18 de agosto houve 9.095 focos, dos quais 3.430 entre 15 de julho e esta terça-feira (18). O município de Colniza (1.065 km a noroeste de Cuiabá) está no topo do ranking, com 370 registros (ou 10% do total de julho a agosto), seguido por outras 14 cidades, que representam 54% ou 1.854 focos de calor até o momento. Esse aumento pode ter relação com o período de estiagem que já varia de 40 a 60 dias em diversos municípios do Estado.

Apesar do Decreto nº 191, publicado no dia 15 de julho, proibindo a utilização do fogo para limpeza e manejo de áreas até o dia 15 de setembro, podendo ser prorrogado em razão das condições climáticas, algumas cidades tiveram aumento de registros dos focos, entre elas, estão: Alto da Boa Vista, Comodoro, São Félix do Araguaia, Gaúcha do Norte, Novo Mundo, Apiacás, Campinápolis, Vila Bela da Santíssima Trindate, Juara, Barão de Melgaço, Tangará da Serra, Cotriguaçu, Porto Alegre do Norte e Barra do Garças.

Esse quadro de aumento ainda não repercutiu negativamente na qualidade do ar. Conforme o monitoramento do Laboratório de Ensaios da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), entre 15 de julho e 09 de agosto, todos os municípios mostraram ‘boa qualidade do ar’. Apenas no mês de junho, Juara, Sinop e Sorriso tiveram problemas de inadequação. “Mas o apelo é para que a população colabore e não utilize fogo, pois há risco de a situação mudar, o Brasil pode experimentar até dezembro - segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) - efeitos moderados do fenômeno El Niño”, explica o gerente do Laboratório, Sérgio Figueiredo.

Queimadas 2015 x 2014

Em relação ao mesmo período do ano passado, os dados Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe) mostram uma queda de 10,5% no número de focos de calor. Foram 10.159 no ano passado e 9.094 neste ano. O aumento dos focos no começo do período de proibição é comum em razão do agravamento das condições do ar, que fica mais seco por falta das chuvas e aumento dos ventos. Ano passado, foram registrados 4.111 focos nos primeiros 33 dias do período proibitivo, ou, 40% a mais em relação a 2015.

Desde abril a Sema, em um trabalho conjunto com o Corpo de Bombeiros, está atuando junto aos municípios mais críticos para queimadas. Além de visita a cerca de 40 deles com palestras orientativas, também foram realizadas quatro audiências públicas naqueles que estão no topo da lista de desmatamento ilegal e queimadas: Colniza, Feliz Natal, Juara e São Félix do Araguaia, com a presença em Colniza do governador Pedro Taques e de outras autoridades e em todas elas da secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini. “Além de danos ao meio ambiente, a fumaça impacta muito a saúde da população, por isso todos nós temos que colaborar porque independente do período proibitivo, usar fogo nas cidades é crime o ano inteiro”, orienta Ana Luiza.

Plano de Combate

O Governo do Estado garantiu R$ 1,7 milhão de investimentos nas ações referentes ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ/MT) deste ano. Conforme o tenente coronel Paulo André Barroso, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), estão envolvidos nesse atendimento até o momento 176 bombeiros nas unidades do Corpo de Bombeiros presentes em 26 municípios de Mato Grosso, o que representa que 18% hoje têm resposta imediata, os demais são atendidos a partir de bases descentralizadas, que nesses primeiros dias atuaram conforme demandas urgentes: em Poconé, Alto Paraguai, Vila Bela, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães e Barão do Melgaço. “A proposta é que elas circulem por todas as regiões à medida que o fogo se intensificar.”

Entre as 11 prefeituras com as quais Sema e Corpo de Bombeiros buscaram parceria, quatro instalaram brigadas mistas, compostas por civis e bombeiros, entre elas estão: Cláudia, Sinop, Sapezal e Campo Novo do Parecis. Também estão sendo utilizados equipamentos de última geração no combate às queimadas: cinco caminhonetes ABTF (Auto Bomba de Tanque Florestal) com capacidade para cinco mil litros, outros 11 ARF (Auto Rápido Florestal) com capacidade para 700 litros e duas aeronaves capacidade 3,1 mil litros de água.

Denúncias

Nas áreas rurais, a utilização do fogo para limpeza é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 7,5 mil ou R$ 1.000 (pastagem e agricultura) por hectare. Nas áreas urbanas o uso do fogo é crime o ano inteiro. As denúncias podem ser feitas na ouvidoria Sema: 0800 65 3838, no 193 do Corpo de Bombeiros ou diretamente nas secretarias municipais de Meio Ambiente, as prefeituras também estão atuando para conter as queimadas. 




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