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AGRICULTURA
Quarta - 22 de Julho de 2015 às 15:51
Por: G1 MT

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 A falta de armazéns para estocar milho começa a preocupar produtores de Mato Grosso, de acordo com nota divulgada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) nesta quarta-feira (22). Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado possui 2.179 armazéns, que têm a capacidade de estocar 31,8 milhões de toneladas, o que deixa um déficit de armazenagem de -25,9 milhões de toneladas.

Até o fim da última semana, 47,52% de uma área total de 3,2 milhões de hectares foram colhidos com o cereal, segundo o Imea. A Aprosoja teme que o problema aumente à medida que a colheita avança no Estado.

Segundo a associação, em Sorriso e Nova Mutum, na região Norte, o milho já está sendo deixado a céu aberto e, na região Oeste, o avanço da colheita deve refletir na armazenagem. “Por aqui colhemos cerca de 40% e ainda não temos problemas, mas, com o decorrer da colheita, essa situação tende a ser preocupante. Não temos milho a céu aberto, mas um caminhão, por exemplo, tem ficado um dia inteiro na fila para descarregar no armazém da trading, e, com isso todo processo de colheita vai ficando lento”, alerta Altemar Kroling, produtor e delegado coordenador da Aprosoja em Diamantino.

O produtor de Nova Mutum, Claudecir Cenedese, reconhece que há produtores que assinaram contratos com tradings para que o grão seja recolhido a partir de agosto, mas tem tentado negociações amigáveis. Segundo ele, alguns não se atentaram aos contratos, que são a partir de 15 de agosto, por exemplo.

As empresas, por outro lado, alegam que os problemas são nossos portos, hoje ocupados para o escoamento de soja, de forma que neste momento é possível apenas escoar para o mercado interno. Mas estamos conversando, ligando para corretoras, fazendo pressão no sentido de tentar solucionar de uma maneira amistosa estes entraves”, diz.

O produtor e delegado coordenador da Aprosoja em Sorriso, Rodrigo Pozzobon, comenta que alguns fatores influenciaram e continuam influenciando o problema do armazenamento do milho em Mato Grosso. Um deles é a greve dos caminhoneiros, em maio deste ano, que atrasou o embarque de soja e, consequentemente de milho.

“Além disso, apesar de termos aumentado a produtividade das lavouras, o crescimento da capacidade de armazenagem não acompanhou esse crescimento na mesma proporção, apesar de existirem soluções paliativas, como os silosbag”, afirma Pozzobon.

 

O vice-presidente Leste da Aprosoja, Endrigo Dalcin, destaca um problema crítico, que precisa de atenção e solução: a necessidade de conclusão das obras de escoamento dos portos do Arco Norte. “É importante que seja dado prioridade à conclusão das obras de escoamento da produção pelos chamados portos do Arco Norte, como as obras da BR-163, como forma de viabilizar o escoamento desta produção que Mato Grosso tem gerado”, comenta.





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