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EDUCAÇÃO
Terça - 19 de Julho de 2016 às 16:39
Por: Redação TA c/ Secom/VG

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Foto: SECOM VG
“Meu filho passava a tarde inteira sem fazer nada entretido com amigos fora de casa. Era assim o tempo todo, ele e a molecada na rua à toa”, lembra a dona Adriana, moradora do Jardim Eldorado e mãe do João Ramos, 12 anos, aluno da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Dirce Leite de Campos, era assim antes dele fazer parte do projeto pedagógico Escola em Tempo Ampliado.

A unidade escolar integra a rede de oito escolas municipais que participam do projeto pedagógico Escola em Tempo Ampliando (ETA) da secretaria municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, implantado em outubro do ano passado e ampliado para sete unidades no atual ano letivo.

E na manhã de hoje (19), Adriana, como outros pais e mães, professores, comunidade e representantes da Polícia Militar, da Secretaria de Estado de Educação e da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) participaram da Mostra de resultados do projeto pedagógico de ensino em tempo integrado.

As apresentações foram concentradas na quadra da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Gonçalo Domingos de Campos – Caic, no Jardim Alá, que foi a primeira unidade a receber o projeto municipal, em outubro de 2015 e reuniu cerca de 600 pessoas entre alunos e convidados.

O projeto Escola em Tempo Ampliado foi idealizado com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de educação e do rendimento escolar, oferecendo espaço de convivência para ações afirmativas que reduzam a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes de Várzea Grande e que também reduzam a evasão escolar.

A Mostra trouxe produções de texto, apresentações culturais (teatro, música, dança e fanfarra) e oficinas de raciocínio lógico dos alunos das EMBEs Gonçalo Domingo de Campos, Abdala José de Almeida, Faustino Antônio da Silva, Lúcia Leite Rodrigues, Tenente Abílio da Silva Morais, Lenine de Campos Póvoas, Dirce Leite de Campos e José Estejo de Campos.

Como explica o secretário de Educação, Sílvio Fidelis, a Mostra é uma forma de partilhar os resultados exitosos do projeto que estão socializando, valorizando e incentivando a permanência dos alunos na escola e melhorando o desempenho em sala de aula e consequentemente, ajudará a melhorar o indicador do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

“Saímos de um projeto piloto em outubro de 2015 para iniciarmos o ano letivo de 2016 com oito escolas inseridas no Escola em Tempo Ampliado e mais que isso, com resultados concretos, tanto em sala de aula como entre as famílias de cada um dos alunos. Nossa intenção é ampliar o projeto para envolver cada vez mais alunos e inserir mais escolas até atingirmos 100% das nossas unidades municipais”.

 

O professor-regente da Fanfarra da escola Dirce Leite de Campos, Cleverton Pereira Leite, reforça que a Fanfarra foi formada há quatro meses e é fruto do ETA, da oficina de música e que acaba de ser premiada em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) em duas modalidades, melhor Banda Infantil e melhor Corpo Coreográfico. “Tivemos a graça de reunir alunos dedicados, profissionais empenhados e o resultado foi essa premiação que só nos motiva mais e mais a nos superarmos”. A diretora da escola, Jane Márcia Pires, conta que o ETA reúne 67 estudantes do 6º ano.

 

A dona Adriana, conta que o filho, o João Ramos, participa da Fanfarra da escola Dirce Leite. “Eu sempre acompanhei a vida escolar do meu filho e agora com o ETA, estou mais envolvida com a escola, ajudo as meninas da fanfarra na composição dos cabelos, maquiagem e inclusive fui a Sorriso com o grupo. Meu filho além de mais dedicado está mais atencioso e minha participação mais ativa é uma forma de retribuir esse ganho que acaba sendo mútuo. Ele agora chega em casa cansado, concentrado e se resguarda para o dia seguinte. A escola ocupa o tempo dele. Brincar com os amigos, só no final de semana”.

Outra escola que recebeu em 2016 o projeto pedagógico Escola em Tempo Ampliado (ETA) foi a José Estejo de Campos. O diretor da unidade, Gilmar Mussa conta que de abril até agora já é possível mensurar grandes mudanças entre os alunos, especialmente no comportamento, na socialização e no desempenho escolar.

“Eles estão mais responsáveis e compromissados, o professor não perde mais tanto tempo em sala corrigindo indisciplina e com isso o conteúdo rende mais e é melhor absorvido”. O diretor conta ainda, que essa mudança tem se estendido para os lares, com uma melhora na relação e no respeito entre pais e filhos, e na dedicação ao próximo, especialmente aos mais velhos.

Por meio do Escola em Tempo Ampliado, os estudantes que integram o projeto, geralmente a partir do 6º ano,  passam o dia na escola. Pela manhã seguem a grade curricular normal de acordo com a série que frequentam, e à tarde têm ocupação e atividades na escola, aprimorando seu próprio aprendizado.

Eles aprendem informática, destravam emoções e timidez por meio da dança, da música e do teatro, exercitando o corpo e a mente nas aulas de educação física ou aprendendo a cuidar de uma horta e recebendo reforço nas oficinas de raciocínio lógico e letramento.

“Esse conjunto de atividades visa dar melhor qualidade de vida ao aluno e sua família melhorando o vínculo familiar e nosso compromisso só aumenta na medida em que colhemos resultados positivos, pois temos a missão de dar continuidade e a meta de ampliar o seu alcance”, explica a superintendente pedagógica, Gonçalina Rondon.

A diretora do Caic Gonçalo Domingos de Campos, escola que foi a primeira a receber o ETA, Selcilene Gonçalves, reforçou que o projeto foi um presente da atual gestão. “Temos resultados em escala aqui na nossa escola, tanto dentro do ambiente escolar como na comunidade.

Por meio do ETA resgatamos a vontade de ensinar, a vontade de aprender, o espírito de união, a comunidade veio para dentro da escola e a escola voltou para si e agora temos uma união jamais vista ou vivenciada por aqui”.

A psicóloga da Superintendência de Política sobre Drogas da Sejudh (Supod), Rita de Cássia França, participou da Mostra dos trabalhos dessa manhã e ficou positivamente impressionada com os resultados do ETA. “Acredito que esse projeto municipal é um modelo assertivo de educação, pois oferta um conjunto de atividades que reduzem o risco da vulnerabilidade dessas crianças e adolescentes. Juntos, podemos estabelecer uma parceria para envolver ainda mais as famílias.

Esse é o caminho de prevenção, não apenas às drogas, mas a qualquer tipo de riscos”.Como reforça o secretário de Educação, com essas oito escolas, o ETA atinge neste primeiro semestre de 2016, 800 alunos na faixa etária de 10 a 14 anos, como meta de implantar o ETA em 100% nas escolas municipais de Várzea Grande.

 

 





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