Experiências dos Estados de Santa Catarina e Paraíba são apresentadas em Curso de Extensão sobre Homofobia
Os dois policiais serão palestrantes no Curso de Extensão em Segurança Pública sem Homofobia, que acontece no auditório da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), até o dia 17 de maio.
O curso é promovido Grupo de Combate a Homobofia de Mato Grosso (Greco) para 80 profissionais da Segurança Pública, entre policiais civis, militares, federal, rodoviário federal, peritos, bombeiros, guarda municipal e outros.
O delegado e a escrivã, acompanhados do secretário executivo do Grupo Estadual de Combate à Homofobia da Secretaria de Segurança Pública, Rodrigues de Amorim Souza, foram recebidos pelo delegado geral adjunto da PJC, Rogério Atílio Modelli, o diretor de Metropolitano, Miguel Rogério Gualda, o delegado regional, Walfrido Franklin Nascimento, a delegada Anaíde Barros, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), e o investigador Adriano Real Moreira.
A delegada Anaíde Barros informou que a DHPP trabalha sem maiores dificuldades com a aceitação dos nomes sociais, buscando a humanização nos casos investigados, mas disse que há dificuldades em relação a testemunhas e informações, quando o caso tem motivação homofóbica. "Nossas vítimas homossexuais, geralmente, são mortas em locais vulneráveis e geralmente os meios empregados são asfixia ou objeto contundente, ligados a algum desacordo", declarou.
A escrivã Paulinha Andrade contou que pelo boletim de ocorrência da Polícia Civil de Santa Catarina é possível mapear vários registros de crimes, por constar campos com a orientação e identidade sexual da vítima. "Temos que encorajar essa vítima a vir na delegacia e se sentir acolhida", disse.
O delegado Marcelo Falconi destacou que na região Nordeste do País a homofobia está bastante atrelada aos crimes patrimoniais e praticados com crueldade "São crimes com requinte de crueldade que difere dos demais", afirmou.
O secretário Executivo do Greco, Rodrigues de Amorim Souza, disse que o curso busca mostrar essa diversidade de experiências para os policiais, que serão pontos focais na multiplicação das informações dentro das unidades. "Queremos com essa discussão teórica mostrar aos policiais que há uma construção social da homofobia", destacou.
Em Mato Grosso, o boletim de ocorrência apresenta campo para preenchimento da motivação e nome social da vítima homossexual. "Desde 2009 apresenta a motivação homofobia. De 2010 apresenta nome social para complementar a pessoa trans. Somos o primeiro estado a contemplar a população LGBT no boletim de ocorrência", informou o investigador Adriano Real Moreira.