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ECONOMIA
Sexta - 15 de Maio de 2015 às 10:28
Por: Diário de Cuiabá

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 A oferta de moradias verticais e horizontais, em Cuiabá, retraiu em 2014. Os empreendimentos tiveram redução significativa ao longo do ano quando comparados ao desempenho registrado no ano anterior. Os que mais sentiram a mudança do mercado foram os projetos de edifícios, que encolheram quase 12%. 

Segundo dados da “Pesquisa Mercado Imobiliário: Empreendimentos em Produção e Lançamentos em Cuiabá-MT”, divulgados ontem pelo Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso (Sinduscon/MT), a redução no número de edifícios lançados passou de 59 (2013) para 52 (2014), queda de 11,86%. Em relação à performance das casas em condomínio a pesquisa mostra que em 2013 eram cinco empreendimentos contra quatro, em 2014. Foram 1.210 unidades lançadas em 2014 para 1.974 unidades lançadas em 2013. A área construída também caiu, de 121.870,72 metros quadrados em 2013 para 79.178,16 metros quadrados em 2014. Nesse segmento, a queda se deu tanto na oferta quanto no tamanho das construções. Entre os verticais, a pesquisa mostra que a área construída cresceu quase 2% no mesmo período. 

A pesquisa é realizada todos os anos pelo sindicato como forma de direcionar os investimentos do segmento, a partir do conhecimento da realidade local e da identificação da direção do crescimento da cidade. Esse trabalho é coordenado pela Comissão da Indústria Imobiliária (CII), setor do Sinduscon/MT responsável pela análise qualitativa dos números. O presidente da CII, o empresário Paulo Bresser, explica que em relação ao número de unidades habitacionais, a pesquisa mostrou uma estabilização. 

Enquanto na pesquisa de 2013 foram 8.988 unidades, na pesquisa de 2014 foram 8.812 apartamentos construídos. “O número de apartamentos praticamente ficou estabilizado, com pequena queda de 1,96%, um percentual muito pequeno se considerarmos que a área construída aumentou 1,22%. Esse índice praticamente estabeleceu uma compensação entre número de unidades e lançamentos”, destacou Bresser. 

Apesar de o segmento apontar para uma estabilização, o Diário mostrou em uma publicação de outubro do ano passado, que há retração no mercado imobiliário. Uma série de fatores locais e nacionais interrompeu a expansão ao frear demanda e consequentemente os investimentos. Para quem está de fora, um dos melhores parâmetros para se enxergar que o ano frustrou as expectativas é a arrecadação do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que, conforme a secretaria de Finanças de Cuiabá, recuou 15,64% no acumulado de janeiro a outubro de 2014 na comparação com igual momento de 2013. De 2008 até agora, 2014 pode ser considerado o pior dos últimos sete anos, pois foi um ano marcado pela entrega de imóveis e não por grandes lançamentos, como se via até 2012. 

Uma fonte ouvida pelo Diário, na tarde de ontem, destacou que 2015 terá resultado ainda pior do que o apontado em 2014. Porque além de todos os fatores que impactaram o segmento no ano passado, nesse ano temos duas ‘novidades’: “a elevação, já por duas vezes, dos juros do financiamento habitacional pela Caixa Econômica Federal, que é o maior fomentador do sistema nacional, e também, a retenção de oferta de crédito para quem quer utilizar recursos da poupança. Fora a pressão da inflação e dos aumentos seguidos da taxa Selic, há um clima totalmente incerto e inseguro, seja em relação à demanda, como também, aos rumos da política do governo Dilma”. Como frisou, se 2014 havia sido o momento mais complicado do segmento construtor a partir de 2008, “2015 certamente tomará esse título”. 

A pesquisa também verificou o tamanho dos apartamentos disponíveis no mercado e constatou que aqueles com metragem entre 160 e 200 metros quadrados apresentaram um crescimento de 76,83%: eram 164 unidades na pesquisa de 2013 passando a 290 na pesquisa seguinte. Na outra ponta, estão os apartamentos com dimensão entre 55 e 70 metros quadrados que apresentaram retração no número de lançamentos e produção: de 1.592 unidades em 2013 para 1.022 unidades em 2014. “Essa nova demanda pode ser um sintoma do perfil familiar que esteja em mudança, uma vez que o primeiro imóvel de uma família sempre é menor, entre 50 e 70 metros quadrados. Quando a família aumenta, surge a necessidade de trocar de imóvel”, completa o presidente do Sinduscon/MT, Cezário Siqueira Gonçalves Neto. 

A maior quantidade de apartamentos produzidos e lançados, em 2014, em Cuiabá, está centralizada nas regiões leste, que tem como referência o Jardim das Américas, e na oeste, que tem entre seus mais famosos bairros, o Duque de Caxias. Juntas, essas duas regiões concentram 86,22% dos apartamentos produzidos e lançados, sendo 19 empreendimentos região leste que totalizam 4.394 unidades (49,86%) e outros 28 na região oeste, ofertando 3.204 unidades (36,36%).





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