Turistas conhecem aldeias de Mato Grosso

 Cerca de 40 turistas fizeram uma expedição e percorreram mais de 200 km em terras indígenas nos municípios de Campo Novo do Parecis e Sapezal, a 397 km e 473 km de Cuiabá. Eles visitaram cinco aldeias indígenas, sendo quatro em Campo Novo do Parecis e uma em Sapezal. Além de ter contato com a cultura indígena, os turistas puderam conhecer pontos turísticos daquela região, como cachoeiras, no passeio realizado no último domingo (19).

Os turistas seguiram de carro junto com um grupo de rallyzeiros de motocicleta. A primeira aldeia visitada foi a Wasare, que na língua Pareci significa um líder mítico da antiguidade. Os índios receberam os visitantes com dança e música. É um prazer enorme ver diversas pessoas interessadas em conhecer um pouco da nossa cultura. Então, para nós é uma honra, uma felicidade, comentou o cacique Rony Pareci.

Na aldeia, os turistas conheceram o artesanato, a pintura tradicional que eles fazem no corpo e também tiveram os corpos pintados com desenhos místicos da aldeia. Também entraram nas ocas onde os índios dormem. É um prazer conhecer a cultura indígena, as tradições e isso com certeza levaremos para o resto da vida, disse o motociclista Alessandro Rodrigues Chaves. Em Campo Novo do Parecis, existe 12 aldeias e, em cada uma delas, vive uma média de 40 indígenas.

Outra aldeia visitada foi a Salto da Mulher, no município de Sapezal. Os índios dessa aldeia mostraram que são bem treinados no lançamentos de flechas. Um instrumento original para caça, é uma defesa nossa, disse o cacique da aldeia, Acelino Nozoikeman. A demonstração dos índios com o instrumento de defesa surpreendeu a zootecnista Mariana Franco. Ela é de Minas Gerais e mora em Mato Grosso há cinco meses. Não sei se eu e meu noivo continuaremos morando em Mato Grosso e essa aventura foi uma oportunidade para tirar fotos que depois mostraremos às nossas famílias, disse.

Depois de conhecer a aldeia, os visitantes foram até a cachoeira Salto da Mulher.  Os indígenas explicam que existe uma lenda de que uma jovem teria se jogado do alto da corredeira por uma desilusão amorosa, o que teria dado nome à cachoeira e à aldeia. 

Dois jovens estrangeiros acompanharam o grupo na expedição. Eles estão no Brasil fazendo intercâmbio. Um é do México e outro da França. “Achei as cachoeiras muito lindas”, comentou o estudante mexicano Omar Gonzáles. 

O francês Thibault Vu disse ter sido uma experiência nova. A natureza é muito bonita e bastante protegida. Nunca tinha visto um índio e isso é novo para mim. Essa cultura não tem no meu país, afirmou. Outra cachoeira visitada fica na aldeia Quatro Cachoeiras.