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CIDADE
Quarta - 18 de Março de 2015 às 09:53
Por: Midianews

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 A ala do prédio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde aconteceu a explosão que matou três homens, na última sexta-feira (13), em Cuiabá, não possui auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. O documento é essencial para se atestar a qualidade e o respeito às normas de segurança do local.

A explosão aconteceu justamente nessa nova ala da sede do Parlamento, no gabinete 114, localizado no primeiro piso.

Segundo o tenente Janisley Teodoro Silva, do Corpo de Bombeiros, a corporação não recebeu, até o momento, nenhum chamado para vistoriar o projeto de reforma da ampliação do predio.

Conforme explicou o tenente, em prédios comerciais ou públicos, quando há mudança da natureza do local ou em sua estrutura física, é necessário que o novo projeto seja avaliado pelos Bombeiros. E que uma vistoria seja feita, para que somente então o funcionamento seja liberado.

“É imprescindível que se tenha o alvará do Corpo de Bombeiros. Se não há vistoria dos Bombeiros, você assume o risco por qualquer coisa que aconteça naquele local. Ou seja, você pode ser responsabilidade criminalmente por qualquer tipo de situação que ocorra naquele local”, afirmou.

“Os Bombeiros agem quando são provocados e, nesse caso, se há um projeto de ampliação ou reforma, uma alteração no projeto original, não temos conhecimento”, disse.

De acordo com Teodoro, o fato de não contar com um alvará de funcionamento não impede, porém, que as pessoas usem o local.

“O único problema é que o gestor do local, quem autoriza o uso, é quem assume o risco. O uso do espaço só é proibido caso os Bombeiros vistoriem, constatem irregularidades – como a falta do alvará – e interditem o local. Aí, sim, a entrada de qualquer um naquele espaço interditado é proibido”, explicou.

Sem resposta

A reportagem entrou em contato, na tarde de ontem (17) com os gabinetes do presidente da Assembleia, deputado Guilherme Maluf (PSDB), e do primeiro-secretário, Nininho (PR), que não souberam informar sobre a existência ou não da vistoria.

Até a edição desta matéria as assessorias de ambos não havia entrado em contato com a reportagem.

O acidente

O acidente ocorreu no momento em que era realizado o serviço de aplicação de um carpete no gabinete do deputado Gilmar Fabris.

Os funcionários da empresa contratada para o serviço faziam uso de materiais inflamáveis, como Thinner (solvente) e cola.

Segundo a assessoria da presidência da AL, houve uma explosão no momento em que era feito o polimento do piso para receber o carpete.

As vítimas foram socorridas inicialmente por uma guarnição da Polícia Militar, que faz a segurança da Casa e, depois, por uma equipe do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Morreram no acidente os trabalhadores Luciano Henrique Perdiza, 27 anos, cujo óbito foi confirmado no início da tarde de segunda (16), além de Fagner Nunes de Almeida, 28 anos, e Jonatan Bruno Paes, de 24 anos, que morreram no domingo (15).

Conforme apontam os relatórios médicos emitidos pelo Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá – unidade onde as vítimas permaneceram internadas – todos os pacientes apresentaram falência múltipla de órgãos e parada cardiorrespiratória.

O laudo detalha que, tanto Jonatan Paes quanto Fagner de Almeida, deram entrada na unidade com 100% da superfície corporal queimada, com lesões de 2º e 3º graus.

Já Luciano Perdiza teve queimaduras de 1° e 2° gruas em 80 % da superfície corpórea e queimaduras de 3° grau nas mãos e nos pés causadas por líquido inflamável.

Segundo laudo, a vítima inalou ar quente e sofreu ainda, queimadura de vias aérea e insuficiência respiratória. 




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