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POLÍCIA
Quinta - 27 de Novembro de 2014 às 17:50
Por: Redação TA c/ Gazeta Digital

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A organização criminosa desmantelada pela Operação Terra Prometida, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (27), era composta por 13 líderes. Entre os homens apontados como “cabeças” do grupo, todos com prisão preventiva decretada pela Justiça Federal de Diamantino, estão fazendeiros, políticos e empresários.

Segundo a Polícia Federal, a organização era estruturada para cometer crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato, corrupção ativa e passiva, cujas penas podem chegar a até 12 anos de reclusão.

Para conseguir reconcentrar lotes destinados pela União à reforma agrária, os Projetos de Assentamentos (PAs) a organização aliciava, coagia e ameaça os assentados, com a intenção de ocupar novamente as terras. Utilizando inclusive de força física, eles compravam a baixo preço ou invadiam os lotes e, depois, faziam uso do braço político da organização para regularizar a situação junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Foram expedidos 52 mandados de prisão preventiva, 146 mandados de busca e apreensão e 29 de medidas proibitivas, nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde. Há investigados também nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Diamantino.

Estima-se que mil lotes da União estejam em situação ilegal. O prejuízo aos cofres públicos pode alcançar R$ 1 bilhão.

Veja a participação de cada um dos líderes

Natal Aparecido Deliberalli – Líder – É dono de duas fazendas, uma com 6 mil e outra com 12 mil hectares. Tem aproximadamente 30 lotes do assentamento.

Eder Frizzo Faquinello – Líder - Dono de uma fazenda de 4 mil hectares e tido como um dos integrantes mais violentos da organização.

Elio Faquinello – Líder - Sócio de Eder e responsável pela ocupação dos lotes. Possui 44 lotes do assentamento.

Jesus Valdomiro Selzlein – Líder – Teria vendido uma fazenda em Lucas do Rio Verde e comprado lotes no PA Itanhangá. Possui pelo menos 25 lotes.

Holivar António da Silva Braga – Líder – Dono de um supermercado e de duas fazendas, possuiria 25 lotes no assentamento.

Gustavo Dassoler – Líder – Apontado como braço político e financeiro da organização, teria 20 lotes no assentamento.

Bento Sangiovo – Líder – Ex-presidente do Sindicato Rural de Itanhangá, seria proprietário de muitos lotes no assentamento, em nome de ‘laranjas’ e familiares que não moram no município.

Wanderley Rastro – Líder – Tem influência financeira no grupo. Dono de empresa, afirmou ter recebido "como doação" um lote onde instalou um armazém. Para a PF, explora dezenas de lotes no PA.

Marino José Franz – Líder – Braço financeiro da organização, fornece insumos, defensivos e sementes para os integrantes do bando, além de participar ativamente das decisões tomadas pelos membros da organização.

Silvestre Caminski – Líder – O vereador de Itanhangá teria relações ‘espúrias’ com o Incra, participando de fraudes e cometendo crime de corrupção no desvio de verbas federais.

Rui Schenkel – Líder – Conhecido como Rui Cerradão, é o vice-prefeito de Itanhangá. Além de ocupar lotes no assentamento, usa de sua influência na prefeitura e com outros políticos de Mato Grosso, agindo como braço político da organização.

Donizete Casavechia – Líder – Ex-vereador de Itanhangá, possui diversos lotes no assentamento e agiria com sua influência política para atender aos interesses da organização.

António Adi Mattei – Líder – Presidente de uma cooperativa, é um dos articuladores da organização. O fazendeiro teria adquirido 20 lotes no PA, colocando-os em nome de laranjas.





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