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POLÍTICA
Quarta - 16 de Outubro de 2013 às 16:41
Por: Do G1, em Brasília

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A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, informou nesta quarta-feira (16), em Brasília, que os exames toxicológicos que detectarão se o ex-presidente João Goulart foi morto por envenenamento ou por outras circunstâncias, durante exílio em 1976, serão realizados por laboratórios internacionais. No Distrito Federal, os restos mortais passarão por exame antropológico e de DNA, que servem para identificar o corpo. Também será feita a coleta dos materiais necessários para os testes no exterior.

“Quanto ao exame toxicológico, os técnicos decidiram por laboratórios internacionais”, afirmou a ministra após a reunião entre a Secretaria, Comissão Nacional da Verdade (CNV) e especialistas que participarão do procedimento. "Toda a parte toxicológica, com a pesquisa que fizemos de possíveis substâncias a serem identificadas como causa mortis do presidente João Goulart, a identificação dessas substâncias será realizada em laboratórios internacionais, que já estão sendo contatados e contratados para a realização desse trabalho pelo governo federal, através do Instituto Nacional de Criminalística”, informou Rosário.

Segundo o perito criminal Amaury de Souza Jr, que está à frente da exumação, o mesmo exame será realizado em mais de um laboratório, a fim de que se garanta a isenção e a objetividade dos resultados. Rosário acrescentou que os nomes e as nacionalidades dos laboratórios não serão divulgados, à exemplo do que ocorreu nas exumações do poeta chileno Pablo Neruda e do ex-presidente daquele país, Salvador Allende.

“O mais comum é que esses laboratórios não sejam divulgados para garantir que as informações não transitem, até para termos uma isenção e uma objetividade maior. Mas há um hall de laboratórios internacionais que são reconhecidos e é dentro desse hall que os locais serão escolhidos para realização desse trabalho”, disse a ministra.

A justificativa para a contratação de laboratórios internacionais, segundo Maria do Rosário, é a de que o próprio Estado é suspeito de ter cometido o crime contra Jango, logo ele não poderia oferecer os resultados definitivos da exumação. “É uma demonstração da isenção plena do Estado brasileiro”, disse.

Os restos mortais de Jango serão exumados no dia 13 de novembro no município de São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, e levados a Brasília, onde passarão por exames. Após o procedimento, a previsão é de que o corpo volte a cidade em 6 de dezembro, data que marca 37 anos da morte do ex-presidente.

João Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 1976. O laudo oficial afirma que ele sofreu um ataque cardíaco. Entretanto, há suspeitas de que ele tenha sido envenenado por uma cápsula colocada no frasco de medicamentos que tomava para combater problemas no coração. Para a família de Jango, ele teria sido assassinato em uma ação da Operação Condor, aliança entre as ditaduras militares da América do Sul nos anos 1970 para perseguir opositores dos regimes.





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