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ECONOMIA
Quinta - 11 de Abril de 2013 às 11:15

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Após o período de chuvas que marca o primeiro trimestre do ano, o aumento dos preços das hortaliças, legumes e frutas pode ser constatado na cesta básica do brasileiro. A inflação desses itens acontece devido à grande queda na produtividade, que culmina na redução da oferta ao mercado e na elevação dos preços. Porém, não é somente o excesso de água pluvial existente no período responsável por encarecer os alimentos inclusos na mesa da população. A estiagem em regiões produtoras de grãos, por exemplo, também culmina na redução do estoque de feijão e, consequentemente, reflete no preço final do grão.

Segundo o engenheiro agrônomo e docente da Universidade de Cuiabá (UNIC), Clodoaldo Moreno da Paixão, é necessário recordar que o atual preço elevado do tomate é resultado da baixa oferta do produto. “Neste sentido, com variações de região para região, o clima realmente contribuiu e tem contribuído bastante para a alta de preços”, reforça. “No Nordeste, a escassez de água tem prejudicado as plantações, que exigem irrigações frequentes. Por outro lado, nos principais estados produtores, o problema é o excesso de água”, completa o engenheiro, que ainda atribui a alta ao custo do transporte. “Nos estados distantes das regiões produtoras, o aumento do preço do frete também reflete nos preços dos alimentos, sendo conveniente pontuar, portanto, que nos três primeiros meses do ano o frete já subiu mais de 50%”.

A economista e docente da Faculdade Pitágoras de Linhares, Angélica Gusmão, explica que todos os produtos agrícolas estão sujeitos à flutuação de preços por obedecerem à sazonalidade específica, ou seja, ao tempo de plantar e colher e, ainda, por estarem expostos às intempéries, condições do solo, clima, eventos inesperados, entre outros. “É necessário recordar que toda a base dessa produção está na mão de pequenos produtores, que não devem ter o mesmo tratamento de uma indústria por serem um setor frágil e essencial à população. Por isso, o governo costuma intervir introduzindo políticas para garantir preços mínimos e subsídios, com o objetivo de que não aconteça uma crise agrícola que os impeça de produzir ou sobreviver com a produção”, enfatiza.

 
Tomate: o assunto do momento
Alvo de piadas e comentários de todo gênero, o tomate se tornou o centro das atenções do país devido ao grande aumento no valor. O coordenador de pesquisa de Cesta Básica de Londrina e docente da Faculdade Pitágoras de Londrina, Flávio Oliveira dos Santos, indica que o preço do tomate iniciou a escalada de preços ainda no mês de novembro de 2012, variando de R$ 28,00 a caixa com 23 kg na época para o valor atual de cerca de R$ 150,00 a caixa. “Os baixos preços recebidos pelo produtor no primeiro semestre de 2012 resultaram em uma redução na área plantada, fator que geraria, de qualquer forma, a redução na oferta do tomate. Porém, o excesso de chuvas levou a redução ainda maior na oferta da fruta”, finalizou.

 
Angélica também acredita que o aumento exorbitante de valores é o resultado de um acúmulo de diversos fatores. “Além dos já citados, o aumento do consumo devido à páscoa e o custo da mão-de-obra também são responsáveis pelo encarecimento do item”, ressalta. Em casos de elevação dos preços de determinados alimentos torna-se interessante ao consumidor substituí-los, a fim de não sentir tanto as alterações de valor no bolso. “É possível, por exemplo, trocar o tomate pela cenoura, beterraba, pimentão, berinjela ou abóbora sem perdas de valor nutricional das refeições”, declara Clodoaldo. A previsão de queda no valor do tomate e demais hortaliças, segundo a Fundação Getúlio Vargas, é esperada ainda para o mês de abril.





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