Quadrilhas passam usar a região norte do Estado como rota para o tráfico

A Polícia Federal identificou novas rotas utilizadas por quadrilhas especializadas no tráfico de drogas para entrar com a cocaína em Mato Grosso, e posteriormente, distribui-la para outras regiões do país. Alguns municípios da região Norte estão sendo escolhidos pelos traficantes por estarem mais afastados da fronteira. Outras cidades como Tangará da Serra, Campos de Júlio e Campo Novo do Parecis também estão na lista.

Para levar o entorpecente até o destino, os criminosos utilizam, na maioria das vezes, pequenos aviões. Eles são carregados nas regiões produtoras da Bolívia e os voos feitos em baixa altitude, a fim de evitar os radares do SIPAM. A entrega da "encomenda" é feita por "arremessos", ou seja, as aeronaves apenas sobrevoam o território e, após o lançamento em locais preestabelecidos entre os narcotraficantes, retornam ao território boliviano. Outra estratégia é o pouso em fazendas distantes. A maioria leva de 250 a 500 quilos por viagem.

A PF tem intensificado as ações na região. No dia 18 deste mês, 245 quilos de cocaína foram apreendidos em Nova Ubiratã (município vizinho de Sorriso, no Nortão). A droga havia sido levada para a região por um avião de pequeno porte, modelo Cessna. Já o transporte para os destinos finais seria feito por terra, em uma caminhonete S-10 que foi encontrada no local já com o entorpecente. Três pessoas foram presas. A Polícia não informou para onde o entorpecente seria encaminhado.

Outra ação da polícia, há cerca de 20 dias, resultou na apreensão 174 quilos de cocaína, no Ceará e Pernambuco. O carregamento saiu de Alta Floresta. Parte da droga foi levada em helicóptero que foi apreendido pelos federais no Nordeste.

Um dos maiores carregamentos foi apreendido, ano passado, em Vera (80 km de Sinop). Foram cerca de 500 kg de drogas.

De acordo com a PF, 25% da cocaína traficada no Brasil passa por Mato Grosso, que tem 980 quilômetros de fronteira com a Bolívia, 3º maior produtor de coca do mundo.