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POLÍTICA
Quarta - 04 de Maio de 2016 às 15:03
Por: Do G1, em Brasília

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Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo de impeachment na comissão especial do Senado
Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do processo de impeachment na comissão especial do Senado
O relator da Comissão Especial do Impeachment, Antonio Anastasia (PSDB-MG), começou na tarde desta quarta-feira (4) a fazer a leitura do relatório que recomenda a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se na próxima semana, o plenário concordar com o relator e aprovar o parecer, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice-presidente Michel Temer assumirá.

LEIA A ÍNTEGRA DO RELATÓRIO

Após a leitura nesta quarta, os integrantes da comissão debaterão o relatório nesta quinta (5) e votarão na sexta (6). Se a comissão aprovar, o parecer será submetido à votação pelo plenário, provavelmente na próxima quarta-feira (11). Caso o plenário aprove o parecer, a consequência é o afastamento imediato de Dilma por até 180 dias. Durante esse período, os senadores farão o julgamento que decidirá se a presidente será afastada em definitivo.

"Em face do exposto, a denúncia apresenta os requisitos formais exigidos pela legislação de vigência, especialmente pela Constituição Federal, para o seu recebimento. O voto é pela admissibilidade da denúncia, com a consequente instauração do processo de impeachment, a abertura de prazo para a denunciada responder à acusação e o início da fase instrutória, em atendimento ao disposto no art. 49 da Lei no 1.079, de 1950", diz o texto escrito por Anastasia.

O senador iniciou às 15h20 a leitura do relatório para os membros da comissão especial do impeachment e não tinha terminado até a última atualização desta reportagem. Acompanhe ao vivo

Em um documento de 126 páginas, Anastasia rebate as críticas da base governista de que o processo representa um "golpe". Ele argumenta que não são cabíveis essas "insistentes e irresponsáveis alegações".

"Nunca se viu golpe com direito a ampla defesa, contraditório, com reuniões às claras, transmitidas ao vivo, com direito à fala por membros de todos os matizes políticos, e com procedimento ditado pela Constituição e pelo STF [Supremo Tribunal Federal]", justifica.


Ele afirma que a estratégia da defesa é a de tentar "deslegitimar a própria figura do impeachment", acrescentando que há previsão legal para isso no sistema presidencialista.

"A demissão do presidente irresponsável, por meio do processo de impedimento, é justamente uma forma de se responsabilizar o chefe de estado e de governo, que já goza, no presidencialismo, de posição muito mais estável e confortável que no parlamentarismo", diz.

Anastasia sustenta ainda que o processo é bastante rígido, tanto é que se exige quórum elevado para conseguir afastar o presidente.

Próximos passos

De acordo com o cronograma estabelecido pelo presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), os senadores não poderão discutir o relatório já nesta quarta-feira.

A discussão está prevista para a sessão desta quinta-feira (5), quando também está prevista a manifestação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, em defesa de Dilma Rousseff. A votação do parecer pela comissão está programada para a próxima sexta-feira (6).

Depois de passar pelo colegiado, o relatório ainda será votado pelo plenário do Senado. Caso o relatório recomende o afastamento de Dilma e seja aprovado pela maioria simples dos senadores (pelo menos 41 votos dos 81 senadores), a presidente será afastada do mandato por 180 dias e o vice Michel Temer assumirá a presidência.


A votação do parecer em plenário está prevista para o próximo dia 11. Isso porque, depois da aprovação na comissão, o parecer terá de ser lido na sessão de segunda-feira (9) do Senado, quando começará a contar o prazo de 48 horas para ser apreciado pelos senadores.





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