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POLÍTICA
Segunda - 07 de Novembro de 2011 às 15:08
Por: Marcos Lemos-Gazeta Digital

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Empresário Mauro Mendes, e o deputado federal Valtenir Pereira, ambos PSB.
Empresário Mauro Mendes, e o deputado federal Valtenir Pereira, ambos PSB.

Os principais membros do Movimento Mato Grosso Muito Mais (PSB/PDT/PPS ePV) se reuniram na noite de domingo passado, 06, na residência do empresário Mauro Mendes para tentar recompor a unidade do movimento, fragilizada por posições independentes e que acabaram confrontando mutuamente a idéia de manter vivo o grupo político que disputou as eleições de 2010 e logrou êxito na eleição de um senador, um deputado federal e três deputados estaduais. Literalmente o MT Muito Mais foi juntar os cacos quebrados nos últimos dias pelo confronto interno de idéias que levou os principais lideres do partido, Valtenir Pereira e Mauro Mendes ao confronto e a acionarem a presidência nacional do PSB na pessoa do governador Eduardo Campos, de quem ambos são amigos.

A fogueira das vaidades políticas aflorou com o fim dos prazos de filiação partidária, no último dia 07 de outubro (1 ano antes das eleições no 1º turno) para aqueles que pretendem disputar as eleições municipais de 2012 com a chegada de vários nomes com potencial para a disputa política nos principais municipais pólos de Mato Grosso.

O troca-troca partidário gerou crise e levou a exposição pública de divergências internas, tanto que o presidente do PSB, Valtenir Pereira, que na semana passada foi reeleito numa convenção onde não foram convidados o presidente do Diretório Municipal em Cuiabá, Mauro Mendes e a deputada estadual, Luciane Bezerra, também não foi convidado para a reunião na casa de Mauro Mendes com os principais líderes. "As coisas vão se encaminhar pelo entendimento", disse Mauro Mendes em relação a Valtenir Pereira, novamente negando já ter uma decisão quanto a sua candidatura a Prefeito de Cuiabá, mas diferente de outras entrevistas, desta vez não negou a possibilidade que deverá acontecer no princípio do próximo ano.

Todos foram unânimes em declarar que o MT Muito Mais ressurgiu e está forte e consolidado, resta saber se todos os demais partidários desta frente de quatro partidos terá ou não força para sobrepor os problemas internos e de relação com outras siglas, pois a profundidade das discussões não passou apenas por nomes, mas também pelo entendimento com outros partidos como o PT que já se reuniu com o PSB de Valtenir Pereira, mas está longe do PSB de Mauro Mendes e mais próximo do PMDB de Silval Barbosa e do PR de Blairo Maggi.

A resistência de setores do PSB são pelas opções na candidatura de Mauro Mendes, que todos entendem como o melhor nome. Mas quando o mesmo não se coloca como candidato, as opções se voltam para o tucano, Guilherme Maluf, desprezando os mais de 100 mil votos obtidos por Valtenir Pereira em Cuiabá.

Mauro Mendes admitiu que as coisas irão se caminhar inclusive em relação a eventuais coligações respeitadas as realidades municipais, mas evitou falar em nomes e em siglas, mesmo sendo comum ouvir nos meios políticos que ele está em franca conversação com o PSD de José Riva para formalizarem uma chapa de olho em 2014 na sucessão do governo do Estado que não poderá ter mais Silval Barbosa (PMDB) como candidato já que foi reeleito em 2010.

O problema é que um acordo com o PSD visando 2014, passaria pelo PSB apoiar a candidatura do PMDB a Prefeitura de Cuiabá o que desagrada e muito o senador Pedro Taques do PDT, mas anima a grande maioria dos pedetistas históricos que são contra a posição do senador novato em eleição e radical em suas posições.

Mas os problemas não estão apenas relacionados ao PSB. O PDT também vive em frangalhos. O partido está dividido e vive em constante crise interna com a disputa dos dois grupos atuais, o lídera pelo senador Pedro Taques e o dos pedetistas históricos que nas últimas duas décadas tem sobrevivido aos altos e baixos nos resultados eleitorais. O que mais atingiu, no entanto, o PDT foi a chegada do empresário e ex-prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti, cumpadre do senador Blairo Maggi (PR) e que foi prefeito do município mais importante do interior de Mato Grosso graças ao esforço do então governador e do também deputado Percival Muniz (PPS) ex-prefeito e liderança inconteste na política local.

A chegada de Sachetti pelas mãos de Pedro Taques soou como um acerto entre o senador pedetista e o senador republicano e uma estocada nas costas de Percival Muniz que reagiu com violência e partiu para criticas ácidas ao Movimento Mato Grosso Muito Mais que chegou a ser condenado pelo próprio Mauro Mendes ao declarar que não haveria como sobreviver um entendimento desta envergadura numa eleição municipal que tem suas próprias realidades políticas e de relações mútuas.

Percival saiu da reunião declarando que sua candidatura não era uma "sangria desatada", ou seja, se Sachetti (PDT) que já lidera as pesquisas de intenção de votos se colocar em melhor condição, pode assumir a frente, desde que mantido o Movimento Mato Grosso Muito Mais.

Para evitar especulações a respeito da reunião a assessoria de imprensa do PSB municipal divulgou nota onde frisa que a reunião deliberou os seguintes encaminhamentos: buscar unidade do movimento em todos os municípios de Mato Grosso em 2012 e aonde não for possível construir a aproximação entre os quatro partidos aliados e nos casos onde houver maiores dificuldades, criar um grupo de trabalho para resolvê-las, respeitando as opiniões das executivas municipais e as características regionais de cada municípios.

Realizar junto à sociedade um balanço do primeiro ano do governo Silval Barbosa, comparando os resultados alcançados até agora com as promessas de campanha. No release da assessoria, Pedro Taques (PDT) teria reafirmado lealdade e companheirismo à Mauro Mendes, Percival Muniz, Zeca Viana, Otaviano Pivetta e Eduardo Moura além de ao Movimento Mato Grosso Muito Mais. Já Mauro teria reafirmado que a reunião põe uma pedra em cima dos boatos que anunciavam o fim do grupo e encerrou a reunião avisando que o grupo político saia fortalecido e alinhado.

Mauro Mendes evitou caracterizar que a ausência de Valtenir Pereira poderia ser uma defecção no grupo e um racha já que o deputado federal por mais de uma vez já deu demonstrações de que detém a maioria do partido sob sua coordenação.





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