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ECONOMIA
Quinta - 08 de Setembro de 2011 às 11:49
Por: Alexandro Martello

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (8) entender que, por conta da nova fase da crise financeira internacional, que tende a diminuir o ritmo da economia e, com isso, conter pressões inflacionárias, "ajustes moderados" na taxa de juros "são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".

As afirmações foram divulgadas por meio da ata de sua última reunião, quando o Comitê decidiu cortar a  taxa básica de juros de 12,50% para 12% ao ano e pegou parte do mercado financeiro de surpresa.

No documento, em que o BC explica o cenário que levou em conta para decidir cortar os juros, o Copom afirmou ver um cenário que "tempestivamente" (oportunamente) abranda os efeitos de um ambiente global mais restritivo e que já passa a ver a inflação no centro da meta, de 4,5% medida pelo IPCA, no ano que vem.

Queda da inflação nos próximos meses
Além disso, a autoridade monetária manteve a avaliação, já expressa pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, de que a inflação começará a recuar nos últimos meses deste ano. "O Copom prevê que neste trimestre se encerra o ciclo de elevação da inflação acumulada em doze meses. A partir do quarto trimestre [outubro], o cenário central indica tendência declinante para a inflação acumulada em doze meses, ou seja, a mesma passa a se deslocar na direção da trajetória de metas", informou.

Sistema de metas
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Inflação acumula "sinais favoráveis"
Segundo análise do Banco Central, o cenário para a inflação, desde julho, acumulou sinais favoráveis. "O Comitê avalia como relevantes, embora decrescentes, os riscos derivados da persistência do descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda", informou, por meio da ata de sua última reunião.

Mudança de previsões
Com a crise financeira internacional, o cenário previsto pelo Banco Central para a inflação do próximo ano mudou. Em julho, o Copom estimava que tanto no cenário de referência (que pressupõe câmbio e juros estáveis nos próximos meses) e no cenário de mercado (que contempla a trajetória para câmbio e juros previsto pelo mercado financeiro) a inflação, medida pelo IPCA, estava acima da meta central de inflação de 4,5% em 2012.

Já no fim de agosto, na última reunião do Copom, o BC informou que suas previsões mudaram. "Para 2012, as projeções de inflação no cenário de referência e no de mercado recuaram, posicionando-se ao redor do valor central da meta nos dois casos. No que se refere ao primeiro semestre de 2013, a projeção de inflação recuou no cenário de referência e permaneceu estável no cenário de mercado, nos dois casos posicionando-se ao redor do valor central da meta", informou a instituição.

Um "cenário alternativo" divulgado pelo BC, admite que atual deterioração do cenário internacional causaria um um impacto sobre a economia brasileira "equivalente a um quarto" do impacto observado durante a crise internacional de 2008 e 2009. Além disso, supõe que a atual deterioração do cenário internacional seja mais persistente do que a verificada em 2008, porém, menos aguda, sem observância de eventos extremos.

"Nesse cenário alternativo, a atividade econômica doméstica desacelera e, apesar de ocorrer depreciação da taxa de câmbio e de haver redução da taxa básica de juros, entre outros, a taxa de inflação se posiciona em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado o supracitado efeito da crise internacional", acrescentou a autoridade monetária.






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