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PARALISAÇÃO
Segunda - 22 de Agosto de 2011 às 17:01

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Foto: Arquivo

Trabalhadores da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) estão em greve. A luta é contra a concessão da Sanecap para uma empresa privada, contra o sucateamento que a Companhia vem sofrendo e por melhores condições de trabalho. Cerca de 200 trabalhadores participaram da Assembleia Geral em que foi decidida a greve nessa segunda-feira (22).

Para o Secretário Geral do Sindicato dos Trabalhadores de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de Cuiabá (Sintaesa), Roberto Fernandes da Silva, no processo de concessão da Sanecap “ninguém está falando dos humanos, dos funcionários da Sanecap. A gente não existe para eles. Nossas famílias também não”. Ele diz que somente uma greve poderá fortalecê-los e que não irão esmorecer.

Pedro Aparecido de Souza, presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal de Mato Grosso (Sindjufe-MT), foi na Assembleia, assim como outras entidades de luta, em solidariedade aos trabalhadores e às trabalhadoras da Companhia. Ele disse que “em hipótese alguma aceitam a privatização ou concessão da Sanecap”. Explicou que a diferença entre privatização e concessão é que na primeira você entrega de vez a Companhia para uma empresa e que no caso da concessão você entrega por trinta anos sem garantia de como será devolvida após esse período.

O sindicalista também fez uma comparação em relação ao processo de sucateamento da Sanecap. “Se você tem um carro e quer provar que ele não presta o que você faz? Arranca peças, deixa no sol, deixa sujo”. Pedro Aparecido ressaltou que a água é o bem mais valioso que existe e que por isso não é à toa que tantas empresas buscam a concessão. “Se a gente tivesse mais coragem essa diretoria [da Sanecap] já tinha corrido daqui e o prefeito de Cuiabá já teria sofrido impeachment”, indigna-se o sindicalista em resposta às tentativas de impor a concessão para o povo.

André Felipe Teixeira, funcionário da Sanecap, esclareceu que a greve será um momento para os trabalhadores da Companhia e a sociedade conversarem e ressaltou que a greve não é contra os interesses das pessoas, mas sim, em favor.

Ideueno Fernandes de Souza, presidente do Sintaesa, reforçou ainda que os trabalhadores irão se organizar para manter os serviços básicos de água. “Em nenhum momento a população precisa se preocupar”, garante ele.

Por enquanto não está definido o tempo de duração da greve. Sexta-feira (27) haverá outra assembleia. Mas durante a semana os trabalhadores estarão mobilizados, se reunindo para fazer uma greve de fato fortalecida. Amanhã irão à sessão da Câmara de Cuiabá em vigília para o caso de novo projeto de lei para privatização ou concessão ser colocado em pauta. Eles também devem levar para os vereadores, como alternativa, que se faça um consórcio com outra empresa pública e não privada, em que a Sanecap continua responsável pelo serviço de saneamento, mas que terá o apoio de empresa pública.






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