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POLÍCIA
Domingo - 24 de Julho de 2011 às 14:15
Por: A Gazeta

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Prejuízos aos cofres público e tumulto à assistência prestada para a sociedade são as principais consequências de uma prática comum entre crianças e adultos: trotes e falsas denúncias. Por mês, o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública de Mato Grosso e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) registram cerca de 11.500 ligações de pessoas que apenas querem "brincar". Em 3 meses, a Polícia Civil contabilizou ainda 3 falsas denúncias de sequestros. O que parece brincadeira, na verdade, é crime e pode resultar entre 6 meses e 1 ano de prisão, além de causar problemas para a população.

O caso mais recente de sequestro simulado pela suposta vítima foi desvendado esta semana, quando uma professora admitiu que havia inventado a história para chamar atenção do namorado. Dias antes, ela revelou à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) que tinha sido rendida por homens armados que a levaram para uma casa, onde haviam armas pesadas e pilhas de dinheiro. No local, ela teria sido espancada, torturada e estuprada para confirmar que era filha de uma juíza.

A história fantasiosa mobilizou policiais civis por uma semana. O chefe do GCCO, Flávio Stringueta, destaca que sequestro é considerado um crime grave. E em casos de denúncia, toda estrutura é mobilizada para o caso. A gravidade de uma mentira dessa natureza é o fato de desviar o trabalho da Polícia de casos reais.

Para Stringueta, a situação só não é mais grave porque as pessoas que inventam essas histórias são amadoras e deixam brechas descobertas facilmente durante as primeiras investigações. "Ainda assim existe a dedicação aos casos, mas não trabalhamos com a mesma tensão quando percebemos que se trata de uma denúncia real".

Nos casos dos trotes, a situação não é diferente. Como os atendentes são preparados, ao identificar a brincadeira, a ligação é desligada. Mas o diretor do Samu, Doud Jaber Abdallah, afirma que existem situações que a pessoa consegue enganar e o atendimento médico é encaminhado. Em geral, os deslocamentos são distantes e nesse período uma equipe fica ocupada, quando poderia estar salvando vidas. Ele contabiliza que das 5 mil chamadas mensais feitas ao Samu, entre 30 e 40% são falsas. A maioria feitas por crianças.

Cenário que se repete no Ciosp, onde uma média de 10 mil ligações são feitas por brincadeiras, por pessoas que comunicam falsas ocorrências, cantam música, xingam ou fazem piada. O número representa cerca de 30% do total de chamadas.

O coordenador do Ciosp, delegado Gerson Vinícius Pereira, recém ocupou o cargo e conta que ficou assustado ao ver as estatísticas. "Me informaram que já foi pior. Houve época que os trotes eram 50% do total de ligações".

Pereira esclarece que o Estado arca com os gastos da atitude irresponsável. O serviço é feito por contrato e cada ligação representa gasto aos cofres público. Ele destaca ainda que a população fica desassistida diante da situação. Isso termina em telefones ocupados, pessoas em situação de risco tendo que esperar na linha, atendimentos congestionados. "Tem dia que é uma ocorrência atrás da outra. A população precisa ter consciência que ela é a principal prejudicada com essa situação".





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