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POLÍTICA
Quinta - 14 de Julho de 2011 às 10:46
Por: O GLOBO

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Diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot
Diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot
No jantar com a bancada do PT no Senado, na terça-feira, as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) levaram um recado claro da presidente Dilma Rousseff: ela não gosta nada da ideia de petistas e aliados defenderem a volta de Luiz Antonio Pagot ao comando do Dnit. O fato de ele não ter acusado ninguém do governo não significa que pode voltar, mandou dizer Dilma. Para o Planalto, essa tese prejudicaria a imagem do governo.

LINHA DO TEMPO : O passo a passo da crise no Ministério dos Transportes

O recado foi para estancar iniciativa de aliados, inclusive do PT, que ensaiavam o discurso do retorno de Pagot, que tirou férias para não ser demitido. Dilma emitiu sinais de que não vai manter Pagot no cargo, mesmo depois da defesa que ele fez de membros do governo nos depoimentos na Câmara e no Senado . Mas já se admite uma saída honrosa para ele, como um retorno ao governo depois de algum tempo, mas em outro cargo.

O consenso no jantar é que Pagot teve desempenho positivo no depoimento ao Senado e que respondeu de forma técnica as questões, o que ajudou a esfriar a crise política envolvendo o Ministério dos Transportes. Na quarta-feira, questionado sobre a possibilidade da demissão do seu afilhado político, o senador Blairo Maggi (PR-MT) foi direto.

- Se não há indícios contra Pagot, minha solicitação é que seja mantido. Agora, só não acho correto ele ficar de férias e na volta ser exonerado. Se a convicção do Planalto é que Pagot não vai ficar, me avise que ele sai logo.

No mesmo jantar, na casa da senadora Marta Suplicy (PT-SP), os petistas disseram às ministras que Dilma acertou ao tomar decisões rápidas sobre a crise nos Transportes, mas que os métodos e a forma de agir são um ingrediente a mais para acirrar os ânimos entre os aliados. Os senadores chegaram a sugerir que a presidente precisa ser mais diplomática, antecipando suas decisões aos aliados.

- Há uma disposição da presidente Dilma de não contemporizar com algumas coisas, o que é bom. Mas a forma como as coisas são feitas pode ser melhor - resumiu um senador petista.

Alfredo Nascimento está descontente com o governo

Há uma preocupação especial com o senador e ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR-AM). Abalado depois que foi obrigado a pedir demissão - por causa das denúncias da revista "Veja" sobre cobrança de propina em sua área de atuação e das suspeitas apontadas pelo GLOBO sobre o crescimento espetacular do patrimônio de seu filho -, Nascimento tem demonstrado mágoa com o governo. Segundo um senador petistas, Ideli e Gleisi foram alertadas que é preciso reinserir politicamente o senador à base aliada.

Um dos presentes reconheceu que um dos principais problemas do governo é a dificuldade de administrar as contradições de uma base aliada tão ampla. Mas todos os senadores destacaram que houve melhora na articulação do Planalto com as bancadas, com a nova divisão de tarefas entre os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Gleisi e Ideli.





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