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ECONOMIA
Sexta - 08 de Abril de 2011 às 17:41
Por: Darlan Alvarenga

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Foto: Darlan Alvarenga/G1
Mantega fala em seminário
Mantega fala em seminário

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (8) que o governo tem estratégia bem definida de controle da inflação e do câmbio e que as últimas medidas anunciadas não foram tomadas de improviso.

“O governo tem uma estratégia bem definida de política econômica. Não tem improviso”, disse. “Nós estimulamos o investimento e temos que fazer ajustes que muitas vezes são diuturnos quando se tem excessos ou de inflação ou de câmbio”.

Segundo ele, o governo continuará tomando medidas para evitar a alta da inflação e atenuar a valorização do real. “O governo está sempre pronto para tomar medidas necessárias para manter a economia no seu equilíbrio”, disse.

Sobre a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) do crédito para pessoa física, anunciada nesta quinta-feira (7), o ministro disse que o impacto não será imediato. “Ela [a medida] vai ter não uma repercussão imediata, mas ao longo do tempo”. Segundo ele, o objetivo da medida é "moderar o crédito" e reduzir o "ímpeto da demanda".

Câmbio e consumo
De acordo com Mantega, a atual queda do dólar é o resultado da enxurrada de capitais que estão vindo ao Brasil tanto em reflexo da atual situação da economia mundial como também pela maior solidez da economia brasileira. “É um problema bom”, disse. “É inevitável que o Brasil tivesse essa valorização cambial, porque o país hoje é outro”.

Na quinta-feira, o dólar recuou 1,85%, a R$ 1,582 na compra e a R$ 1,584 na venda. Foi a primeira vez que o dólar fechou abaixo de R$ 1,60 desde agosto de 2008.

O ministro rebateu as críticas de economistas e analistas que defendem um câmbio flutuante. Segundo Mantega, um dólar mais baixo seria “até bom para a inflação”, mas não seria bom para o país, pois prejudicaria o setor exportador. Sobre Mantega, é melhor que a valorização do real se dê gradualmente, e não de forma brusca.

“É verdade que seria bom para a inflação, mas nós não fazemos essa política”, disse. De acordo com ele, a política anti-inflacionária do governo é focada na redução do nível de consumo e da demanda.

Segundo Mantega, um câmbio flutuante só beneficiaria os especuladores. “Não permitiremos especulação financeira. Nem formação de bolhas”, disse. “Continuaremos a agir, mesmo que isso contrarie os interesses imediatistas de alguns”. Ele acrescentou que o governo tem procurado, em suas medidas, diferenciar os capitais de curto prazo, especulativos, dos de longo prazo, que visam investimento no país.

O ministro participou nesta sexta-feira, em São Paulo, do seminário Rumos da Economia Brasileira, promovido pela Revista Brasileiros.

"Dinamismo vai continuar"
Em sua palestra, de cerca de 40 minutos, Mantega disse que o "dinamismo da economia brasileira vai continuar". No âmbito fiscal, o ministro reiterou que o Brasil vai cumprir a meta de 3% de superávit primário em 2011, e antecipou, sem dar números, que o resultado das contas do governo em março será "melhor que o de fevereiro".

"O crescimento do Brasil é sustentável no longo prazo", afirmou, acrescentando que o país tem mercado interno dinâmico, investimentos em alta e está reduzindo a dívida pública e melhorando a situação fiscal.

Mantega disse ainda que a demanda interna deve recuar para algo em torno de 6% em 2011, abaixo dos 10,3% registrados em 2010. Segundo o ministro, a taxa os investimentos no Brasil devem avançar entre 10% e 12% no ano.

Sobre a pressão inflacionária, o ministro afirmou que a alta dos preços é um fenômeno global. "Há uma inflação mundial de commodities", disse. Ele ainda citou a alta das commodities, as revotas árabes, os desdobramentos do terremoto no Japão e a crise fiscal europeia como fatores de risco de choque à economia.

Segundo Mantega, o Brasil está preparado para novos choques externos, mesmo que haja um agravamento da crise do petróleo. "O governo não dará guarida a uma inflação mais alta, mesmo que ela seja gerada principalmente do exterior", disse.






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