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ECONOMIA
Domingo - 13 de Fevereiro de 2011 às 10:28
Por: JOÃO BOSQUO

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Lenine Martins
Vagões de cargas da Ferronorte, em Alto Taquari
Vagões de cargas da Ferronorte, em Alto Taquari
O lançamento das obras do Terminal Ferroviário de Itiquira – no próximo sábado (19.02), com a presença do governador Silval Barbosa, autoridades do governo Federal e empresários dos diversos segmentos da indústria, comércio e serviços – é um marco de transformação por qual vai passar o município. Uma transformação sem precedente, assim como vivenciou o município Alto Taquari (450 km ao sul de Cuiabá) – porém de uma forma diferente, pois a realidade mato-grossense é outra, outra visão da gestão pública e a consciência da necessidade de uma logística intermodal – na qual o papel da Ferronorte tem um papel estratégico.

O lançamento das obras do Terminal Ferroviário de Itiquira – no próximo sábado (19.02), com a presença do governador Silval Barbosa, autoridades do governo Federal e empresários dos diversos segmentos da indústria, comércio e serviços – é um marco de transformação por qual vai passar o município. Uma transformação sem precedente, assim como vivenciou o município Alto Taquari (450 km ao sul de Cuiabá) – porém de uma forma diferente, pois a realidade mato-grossense é outra, outra visão da gestão pública e a consciência da necessidade de uma logística intermodal – na qual o papel da Ferronorte tem um papel estratégico.

Alto Taquari é hoje uma cidade com 24 anos de emancipação política e nos últimos 12 anos, depois da chegada da ferrovia, deu um salto de qualidade de vida com números que comprovam essas mudanças e a necessidade de se investir mais, principalmente na qualificação da mão-de-obra para atender as novas demandas que o mercado está exigindo.

“Alto Taquari era uma vila, a população era quatro de mil habitantes”, diz o secretário municipal Erocy Antônio Scaini, um dos personagens que participou de todo o movimento para a retomada da construção da ferrovia, e esteve presente quando da inauguração da Ponte Rodoferroviária entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, que possibilitou a retomada da construção da Ferronorte e cujo destino era Mato Grosso, tendo Alto Taquari como portal de entrada para a ferrovia.

O prefeito de Alto Taquari, Maurício Joel Sá – cuja família está no município desde 1983, vinda do Paraná - chegou praticamente junto com a ferrovia, com o diploma de engenheiro agrônomo debaixo do braço em 1990 e é um entusiasta da ferrovia, mas tem os pés bastante firmes e diz que os novos municípios que hoje têm o terminal, "devem se preparar também para quando a ferrovia passar”.

Alto Taquari é a primeira em quase tudo. Foi o primeiro município a plantar soja em Mato Grosso – fato reconhecido pela Embrapa -, a primeira a receber o terminal ferroviário, que proporcionou ao governo do Estado a prática de arrecadação que não existia, e o município que mais recebeu incentivos fiscais nos últimos anos, fato que possibilitou a mudança do perfil da cidade e permitiu a recepção de novos empreendimentos como o terminal de petróleo da Petrobrás e de etanol da Cosan (uma empresa da Esso e Shell) e mais recentemente a ETH Bioenergia.

“A ferrovia possibilitou tudo isso”, garante o prefeito. O município tinha como fonte 55% de arrecadação de impostos oriunda do terminal ferroviário, já que toda a soja produzida em Mato Grosso era embargada no terminal. Esse embarque agora acontece no terminal de Alto Araguaia e a participação na arrecadação gira em torno de 40%, por conta das empresas de petróleo e etanol. O restante da arrecadação é oriundo do comércio e serviço no município.

Essa necessidade de fortalecer o comércio, segundo o prefeito Maurício Sá, foi uma imposição da chegada da ferrovia. Ele lembra que muitas famílias, a maioria de produtores rurais, iam fazer compra de mantimentos até no interior do Paraná, porque Alto Taquari não tinha um mercado. “Eram pequenos armazéns”. Esses pequenos armazéns não supriam a necessidade da demanda crescente.

Aí entra a participação fundamental do Governo de Mato Grosso – por intermédio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Sicme), com os fundos de investimentos, com destaque para o Fundeic, que proporcionou os incentivos fiscais para ampliação e consolidação do comércio. O secretário Erocy Scaini diz que o município conta com pouco mais de 250 estabelecimentos comerciais. Desses 26 receberam investimentos que somam aproximadamente R$ 3 milhões. “Esses investimentos mudaram a cara do comércio de Alto Taquari”, garante o secretário.

O prefeito destaca que o município conta – segundo dados do IBGE – com uma população fixa de 8 mil habitantes e uma população flutuante em torno de 4 mil e hoje tem a maior renda per capta de Mato Grosso e a 22ª do País e ocupa o 4º lugar no Estado em IDH (índice de desenvolvimento humano) e está entre as 500 do Brasil.
 
O município – como se vê pelos números –, segundo o prefeito, foi obrigado a investir na infraestrutura e agora a preocupação do poder público é manter esse nível de qualidade de vida, mesmo com a transferência dos embarques dos grãos em Alto Araguaia e futuramente em Itiquira. Uma das apostas para gerar renda e empregos – consequentemente impostos – é a implantação de uma indústria de plástico a partir do etanol da cana que já é produzido pela ETH Bioenergia. O município – como se vê pelos números –, segundo o prefeito, foi obrigado a investir na infraestrutura e agora a preocupação do poder público é manter esse nível de qualidade de vida, mesmo com a transferência dos embarques dos grãos em Alto Araguaia e futuramente em Itiquira. Uma das apostas para gerar renda e empregos – consequentemente impostos – é a implantação de uma indústria de plástico a partir do etanol da cana que já é produzido pela ETH Bioenergia.

“A Ferrovia traz o progresso, como aconteceu aqui em Alto Taquari, mas precisa da participação do governo do Estado – como está acontecendo – e dos empresários, que precisam investir”. O prefeito diz ainda que os gestores não podem ficar acreditando que apenas a "ferrovia" gera progresso. “Ela gera oportunidade – como o cavalo encilhando que só passa uma vez – e Itiquira vai ser a próxima a viver esse boom”.

O terminal de Alto Taquari é considerado o maior de transbordo de grãos da América Latina, movimentando 4,5 milhões de toneladas de grãos e derivados por ano e o teminal petrolífero e de distribuição de petróleo tem uma capacidade operacional de armazenamento de 12,8 milhões de litros e pode descarregar por dia 4 milhões de litros e carregar 6 milhões litros/dia e abastece 60% do consumo do Estado de Mato Grosso.

O secretário Erocy Scaini diz que uma das preocupações é quanto a qualificação da mão-de-obra para atender essa demanda. Segundo ele, o Sistema S está presente no município e o Senac está montando uma base para formação e qualificação profissional e deverá começar com 200 alunos.





Fonte: Secom-MT

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