O Campeonato Paulista de futebol deste ano terá uma atração a mais em um dos clubes do interior. Um campeão do mundo que vai acumular três funções: dono, presidente e craque do time.

Rivaldo comprou o Mogi Mirim Esporte Clube há dois anos. Lá, ele apareceu para o futebol no início da década de 90, com muitos gols e jogadas de craque.

"Daqui foi que eu surgi para o Brasil e depois pro mundo", conta Rivaldo, presidente e jogador do Mogi Mirim.

Rivaldo jogou 14 anos fora do país. Foi eleito o melhor do mundo, em 99, quando era do Barcelona. Passou também pela Itália, Grécia, e até o Uzbequistão. Mas a maior glória foi pela Seleção, que conquistou o penta em 2002.

Agora, aos 38 anos, ele se divide entre o gramado e a mesa da presidência, onde tenta driblar a parte burocrática do esporte. "É empresário, são jogadores pedindo mais dinheiro. É meio complicado e eu nunca estive nesse lado", revela.

O dono da bola começou o ano com uma decisão polêmica. Há duas semanas da estreia do Mogi Morim no Campeonato Paulista, Rivaldo demitiu o treinador, que ficou no cargo por menos de dois meses. O técnico até agradou ao jogador, mas não ao presidente.

"Todas as coisas têm que ser passadas para o presidente. E o treinador tem sua autoridade, mas o presidente tem mais", diz Rivaldo.

O novo técnico é o amigo Antônio Carlos. Os dois foram campeões brasileiros, juntos, no Palmeiras, em 94. Mas a dupla jornada de Rivaldo divide a torcida.

"Ou você é uma coisa ou é outra. Quem toca muito boi não leva nenhum", diz um homem. "Mais moral para os jogadores, funciona sim", afirma um homem.

"Quando der sinal de cansaço, vou ser o primeiro a dizer ‘não, estou fora’. E vou assumir 100%, não vou ser jogador, vou ser 100% presidente", garante Rivaldo.

No futebol, dizem que pênalti é tão importante que deveria ser cobrado pelo presidente do clube. Agora, com Rivaldo, vai ser assim.