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COPA DO MUNDO 2014
Quarta - 23 de Junho de 2010 às 16:00
Por: Raoni Costa

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Cidade vai se beneficiar diretamente dos R$ 142 bilhões adicionais que o megaevento vai gerar para economia brasileira

Os investimentos para a Copa do Mundo de 2014 devem trazer um impacto direto sobre o PIB de Cuiabá de R$ 597,3 milhões – ou um incremento de 5,7%, considerando-se a geração municipal de riquezas em 2010. A informação consta no estudo inédito

O estudo aponta ainda que os investimentos demandados pela cidade para solucionar os gargalos e poder receber jogos da Copa chegam a R$ 1,21 bilhão. Na conta, estão investimentos em reurbanização, parque hoteleiro, estádios e segurança (ver gráfico abaixo).

 

 

No total, as 12 cidades-sede receberão investimentos de infraestrutura da ordem de R$ 14,54 bilhões, que vão muito além da construção e/ou modernização dos estádios, com significativo impacto sobre os PIBs municipais. Só na reurbanização e embelezamento das cidades, os gastos estão estimados em R$ 2,84 bilhões. Há ainda investimentos representativos na base de tecnologia de informação em cada cidade, em mídia e publicidade, segurança pública, na expansão e adequação de complexos hoteleiros, soluções de mobilidade urbana e instalação de fan parks, isto é, grande parques transformados em espaços de lazer para quem não vai acompanhar os jogos no estádio.

Em âmbito nacional, o estudo aponta que a Copa 2014 terá um efeito multiplicador capaz de quintuplicar os investimentos diretos realizados no País para viabilizar o evento, injetando no total R$ 142,39 bilhões na economia brasileira até 2014. Além do investimento direto de R$ 22,46 bilhões para garantir infraestrutura e organização (ver quadro 1), a realização da competição deve acarretar em R$ 112,79 bilhões adicionais, considerando-se os impactos provocados em inúmeros setores interligados, num efeito dominó com uma série de desdobramentos econômico-sociais. Serão gerados 3,63 milhões de empregos-ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a população, impactando o mercado de consumo interno.

 

 

A arrecadação também vai ser impactada, com um adicional de R$ 18,13 bilhões para reforçar cofres públicos. O impacto direto sobre o PIB no período 2010-2014 é de R$ 64,5 bilhões – valor que corresponde a 2,17% do valor estimado do PIB para 2010, de R$ 2,9 trilhões.

Os setores mais beneficiados pela Copa do Mundo no Brasil serão os de construção civil, alimentos e bebidas, serviços prestados às empresas, serviços de utilidade pública (eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana) e serviços de informação.  No total, essas áreas deverão ter incremento da produção de R$ 50,18 bilhões. Veja abaixo também o impacto direto e indireto sobre o PIB de 24 setores econômicos:

 

 

Do total de R$ 29,6 bilhões que correspondem aos gastos estimados relacionados à Copa (incluindo despesas de visitantes), R$ 12,5 bilhões terão como origem o setor público (42%) e R$ 17,16% bilhões serão provenientes do setor privado (58%).

O investimento para equacionar os principais gargalos estruturais, como a limitação dos aeroportos, deve favorecer também o fluxo turístico. A perspectiva é de que o número de visitantes internacionais para o Brasil pode crescer 79% até a Copa, podendo ter impacto superior nos anos seguintes. O estudo aponta que, no período 2010-2014, o número de turistas internacionais deve crescer em 2,98 milhões de pessoas.

“O incremento do turismo traz consigo uma entrada significativa de recursos, que acabam se distribuindo entre os setores de hotelaria, transporte, comunicações, cultura, lazer e varejo”, explica José Carlos Pinto, sócio de assessoria da Ernst & Young. A estimativa é de que só o fluxo induzido pela Copa do Mundo seria responsável por receitas adicionais de até R$ 5,94 bilhões.

O estudo mostra também que o evento vai gerar um impulso significativo sobre milhares de micro e pequenas empresas, assim como médias e grandes, dos setores industrial, comercial e de serviços. São pelo menos 11 setores listados (ver tabela abaixo) em que há um contingente expressivo de micro, pequenas e médias que também serão diretamente atingidas pela Copa – um impacto total estimado em quase R$ 3 bilhões.

 

 

Copa Sustentável – O estudo mostra ainda como o desenvolvimento de métricas, segundo os critérios adotados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês), permitem que a Copa do Mundo de 2014 venha a ser a primeira Copa do Mundo sustentável da história – respeitando as dimensões econômicas, sociais e ambientais.

São sete passos que permeiam todas as atividades da Copa, de estádios erguidos com o critério de construção verde ao impacto das viagens de avião no cálculo da pegada de carbono:
- Conservação de energia e mudanças climáticas: como minimizar a pegada de carbono
- Água: como promover a conservação da água
- Gestão interna de resíduos: como reduzir, reutilizar, e reciclar resíduos com apoio dos catadores
- Transporte, mobilidade e acesso: como alcançar a eficiência energética, com uso de transportes acessíveis e universais que minimizem a poluição
- Paisagem e biodiversidade
- Edifícios verdes e estilos de vida sustentáveis
- Construção sustentável

Para ter acesso às métricas para uma Copa Verde, acesse o estudo completo no site http://www.ey.com.br

Riscos – Todo evento da envergadura de uma Copa do Mundo está atrelado a uma série de condicionantes – ou fatores de risco. O sucesso do evento, com o aproveitamento de todas as suas potencialidades, depende do atendimento a requisitos, que são mapeados pelo estudo.

As doze cidades-sede têm necessidades que precisam ser atendidas com relação a energia, transporte, infraestrutura de eventos, sistema hoteleiro, segurança, planejamento urbano e serviços auxiliares. O atendimento depende de ações ou políticas públicas, que podem ser ineficientes, dispendiosas ou não atender as necessidades em questão.

A conseqüência disso pode ser a deterioração na qualidade do atendimento aos visitantes e à população, um efeito gargalo (restringindo o número de visitantes), perdas econômicas e humanas (causadas por acidentes, desordem, etc.) e a apresentação de uma imagem negativa do Brasil na cobertura internacional.

De outro lado, há uma justificada preocupação com o legado, para garantir que o investimento feito possa continuar gerando bem-estar para a população num horizonte que é muito mais amplo do que a Copa do Mundo – como se observou no caso do Pan 2007.

Outro risco contemplado pelo estudo é o da ineficiência econômica, já que haverá necessidade de investimento público que poderia ser destinado para outros fins – escolas, hospitais, distribuição de renda, etc. “Para que o Brasil alcance o maior retorno social possível com os investimentos para a Copa, estes devem ser realizados de forma eficiente, ou seja, com o menor custo possível para se obter os resultados desejados”, explica José Carlos Pinto. “Na prática, isso significa realizar obras e ações dentro dos orçamentos e prazos estabelecidos”, sintetiza.

Para garantir o bom andamento do planejamento e minimizar riscos de gestão, o estudo indica que o ponto de partida deve ser o estabelecimento de um plano diretor da Copa para cada cidade-sede. “Tirando os riscos imponderáveis, como uma crise econômica global afetando o fluxo de turistas, por exemplo, os demais podem ser equacionados por um processo adequado de planejamento, governança e gestão, o que se materializa num plano diretor integrado”, avalia José Carlos Pinto. O plano deve detalhar todos os projetos para organização do evento, ações, prioridades, prazos, investimentos, custos e responsáveis, identificando e mapeando todas as oportunidades.

Brasil Sustentável – A pesquisa buscou abarcar todos os efeitos multiplicadores da Copa do Mundo. O modelo utilizado representa a economia brasileira por meio de 55 atividades econômicas, 110 categorias de produtos e 10 perfis de renda/consumo da população, o que permite estimar os impactos totais (diretos, indiretos e induzidos) das atividades relacionadas à Copa sobre a produção nacional, emprego, renda, consumo e arrecadação tributária.

Brasil Sustentável – Impactos socioeconômicos da Copa do Mundo 2014 é a sexta de uma série de publicações desenvolvidas em conjunto pela Ernst & Young e a FGV Projetos que analisam os horizontes da economia brasileira para as próximas duas décadas, com projeções exclusivas sobre setores estratégicos da economia. Na série, foram tratados: potencialidades do mercado habitacional, crescimento econômico e potencial de consumo, competitividade industrial, energia e agroindústria. Os demais estudos estão disponíveis na íntegra no link: http://www.ey.com/BR/pt/Issues/Driving-growth/Analises_Perspectivas_-_Brasil_Sustentavel_-_Apresentacao.

Sobre a Ernst & Young
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