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CIDADANIA
Quinta - 08 de Setembro de 2016 às 14:42
Por: Redação TA c/ ALMT

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Foto: Divulgação
Há três anos, o mês de setembro ganhou tons de amarelo para marcar a Campanha Internacional de Combate ao Suicídio e Valorização da Vida.

O movimento “Setembro Amarelo” acontece no mundo todo e a data que marca a campanha é 10 de setembro, o Dia Mundial de Combate ao Suicídio.

No Brasil, a iniciativa é da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e tem o objetivo de, ao longo de todo o mês, promover várias ações de sensibilização da sociedade para acabar com o preconceito e propor políticas e programas de prevenção.

O tema continua sendo tabu, motivo de vergonha ou de condenação, sinônimo de loucura, assunto proibido na conversa com filhos, pais, amigos e até mesmo com o terapeuta.

Mas as estatísticas mostram que o suicídio precisa, sim, ser discutido. Trata-se de um problema que vai muito além do sofrimento individual, é um séria questão para a saúde pública.

Segundo dados do relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2014, o Brasil é o 8º país com a maior taxa de suicídios do mundo. O estudo ainda afirma que, a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo.

E mais, para cada suicídio efetivado, há pelo menos 20 tentativas fracassadas. Porém, dos 194 países da OMS, apenas 60 coletam dados sobre o assunto e apenas 28 têm estratégias nacionais para a prevenção.

“A campanha é muito importante, pois envolve a sociedade numa reflexão sobre as causas que geram o comportamento suicida e como esse gesto extremo pode ser evitado, com ações preventivas.

E a melhor forma de prevenir é falar abertamente sobre o assunto e aprender a identificar os pedidos de socorro daqueles que sofrem, muitas vezes silenciosamente”, afirmou a coordenadora do Centro de Valorização da Vida (CVV), Ana Rosa Ramos Nunes, em entrevista à Rádio Assembleia.

Segundo Ana Rosa, apesar de o suicídio não ter explicações muito objetivas, frequentemente ele está associado a quadros de depressão.

O suicida, muitas vezes, se sente sozinho com seus sentimentos e emoções, precisando de ajuda para lidar com o sofrimento que o aflige e que o impede de ver perspectivas melhores para o seu futuro.

"Ninguém precisa dar uma solução para os problemas do outro, deve apenas estar disposta a ouvir. As pessoas encontram as soluções dentro de si quando conversam e refletem sobre seus conflitos e emoções”, afirmou.

 

O CVV é uma entidade não governamental de atendimento humanitário criada para ajudar a prevenir o suicídio atendendo pessoas angustiadas que precisem de apoio emocional. Todos os voluntários são treinados para ouvir seus interlocutores (por telefone, chat, e-mail ou pessoalmente) sem nenhum tipo de julgamento e sob total sigilo. “Estamos disponíveis para ouvir o que cada um tem a dizer sobre seus medos, dificuldades e angústias e ajudar a revalorizar a própria vida", afirmou.

 

Projetos de lei

 

Em Mato Grosso, tramita na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 556/2015, de autoria do deputado Dr. Leonardo (PSD), que institui o Plano Estadual de Combate ao Suicídio. A proposta Segundo a proposta, o plano ajudará a diagnosticar sintomas e tratar o transtorno mental ou psicológico, que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas.

 

O deputado, que é médico psiquiatra, ressalta a importância da implantação de um plano de ação que ajude identificar indivíduos que apresentem perfil suicida e estabeleça medidas de prevenção. “O suicídio está ficando cada vez mais comum, e a cada ano aumenta o número de casos de morte autoinfligida em todo mundo. Essa é uma situação preocupante que atinge pessoas de diversas idades, inclusive crianças, e pode ser evitada se houver intervenção médica, psiquiatra, familiar, terapêutica e de outros órgãos de apoio emocional, como é o caso do CVV”, afirmou Dr. Leonardo.

 

O Plano será elaborado em parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde e os municípios, instituições acadêmicas, organizações da sociedade civil, organismos governamentais e não governamentais. Ele prevê, além da realização de palestras e atividades para conscientização, a criação de um sistema de coleta de dados integrado à Saúde, a fim de identificar e monitorar possíveis suicidas para avaliação e acompanhamento.

 

O projeto foi apresentado e lido em setembro de 2015. No último dia 31 de agosto, recebeu parecer favorável da Comissão de Trabalho e Administração Pública e está apto para apreciação em plenário, devendo ser votado ainda este ano.

 

Sobre o CVV

 

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de utilidade pública federal em 1973, que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo.

 

Em Cuiabá, o CVV atende 24h pelos telefones 141 (Cuiabá e Várzea Grande) ou (65) 3321-4111 (interior). Eles fazem também atendimento pessoal na Rua Comandante Costa, 296, das 8h às 18h.

 





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