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POLÍTICA
Quarta - 09 de Novembro de 2016 às 07:53
Por: Do G1

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Foto: Jewel Samad/AFP
Trump ao lado dos filhos e da mulher Melania Trump
Trump ao lado dos filhos e da mulher Melania Trump

Mesmo com Hillary Clinton apontada como favorita em praticamente todas as pesquisas de intenção de voto e nas projeções feitas por institutos e pela imprensa, Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. Em seu discurso de vitória, prometeu reunir a nação e reconstruir a infraestrutura do país, dobrando a economia.

"Serei presidente para todos os americanos", disse. "Trabalhando juntos, vamos começar a tarefa urgente de reunir nossa nação. É isso que quero fazer agora por nosso país."

Trump conquistou vitórias surpreendentes sobre Hillary em estados-chave para a definição, abrindo o caminho para a Casa Branca e abalando os mercados globais que contavam com uma vitória da democrata.

A maré começou a virar a favor de Trump após as vitórias na Flórida, Carolina do Norte, Ohio e Iowa. Ele ainda se tornou o primeiro candidato de seu partido a ganhar na Pensilvânia desde que George H. W. Bush o fez em 1988.

Quando entrou o número de delegados do estado de Wisconsin na conta da agência Associated Press, Trump alcançou 276 delegados, ultrapassando o limite de 270 necessários para ser o vencedor no Colégio Eleitoral. Veja a seguir a comparação entre as duas últimas eleições:

A vitória de Donald Trump provocou reações pelo mundo que vão desde o espanto até a euforia de líderes de direita.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, enviou em um telegrama ao presidente eleito dizendo esperar uma melhora nas relações russo-americanas. Expressou a “esperança de que [seja realizado] um trabalho mútuo para tirar as relações entre Rússia e Estados Unidos de sua situação crítica” e “disse estar certo de que será iniciado um diálogo construtivo entre Moscou e Washington”.

Jean-Marie Le Pen, dirigente histórico da extrema-direita francesa e ex-presidente da Frente Nacional, disse "hoje, os Estados Unidos! França, amanhã! Parabéns!”

O resultado da eleição nos Estados Unidos derrubou os mercados de ações pelo mundo. A bolsa de valores de Tóquio perdeu mais de 5% e, na Europa, os principais índices abriram o dia em forte queda. O índice geral da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE-100, por exemplo, abriu em baixa de 2,12%.

De temperamento explosivo e sem experiência política anterior, o bilionário republicano de 70 anos superou todos os prognósticos e se impôs como um forte adversário.

Começou a disputa como azarão, concorrendo com diversos outros pré-candidatos republicanos pela indicação do partido e com muitos analistas duvidando que ele pudesse alcançar a nomeação.

Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos americanos num mundo em mutação, tornou-se a voz da mudança para milhões deles.

Nascido em 14 de junho de 1946 no bairro nova-iorquino do Queens, Trump é o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um construtor de origem alemã, e Mary MacLeod, uma dona de casa de procedência escocesa. É casado, pela terceira vez, com a ex-modelo eslovena Melania Trump. Tem cinco filhos e seis netos.

Graduou-se em 1964 na Academia Militar de Nova York, onde alcançou a patente de capitão e vislumbrava seu destino: "Um dia, serei muito famoso", comentou então ao cadete Jeff Ortenau. Formou-se em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia e em 1971 assumiu as rédeas da empresa familiar, Elisabeth Trump & Son, dedicada ao aluguel de imóveis de classe média nos bairros nova-iorquinos de Brooklyn, Queens e Staten Island.

Optou por construir torres luxuosas, hotéis, casinos e campos de golfe. Já nos anos 1980, tinha em construção diversos empreendimentos na cidade, incluindo a Trump tower, o Trump Plaza, além de cassinos em Atlantic City, em Nova Jersey.

Trump gosta de dizer que começou seus próprios negócios modestamente, com “um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” de seu pai.

Em 1996, comprou os direitos dos concursos Miss USA, Miss Universo e Miss Teen, tornando-se seu produtor executivo. Oito anos mais tarde, tornaria-se figura pública ainda mais conhecida ao virar apresentador do programa “The Apprentice”, em que tinha o poder de demitir os participantes.

DENÚNCIAS DE ASSÉDIO

A campanha eleitoral de 2016 foi considerada uma das mais sujas da história, com acusações e bate bocas entre os dois principais candidatos e na qual mais se falou de defeitos dos concorrentes do que de propostas para o país.

Uma das maiores polêmicas envolvendo Trump foram as denúncias de assédio sexual por mulheres. Algumas relatam que o republicano as beijaram a força, outras dizem que ele colocou as mãos por baixo de suas saias, para tocá-las.

Seis casos foram divulgados após o jornal "Washington Post" divulgar um vídeo em que Trump faz comentários sobre como apalpa mulheres sem seu consentimento. Na gravação, o candidato usa termos vulgares para se referir a mulheres.

O caso gerou mais críticas e retiradas de apoio ao candidato, inclusive por parte de republicanos, e fez com que grandes doadores de sua campanha pedissem o dinheiro de volta. Trump nega todas as alegações.

Os impostos de Trump se tornaram um grande tema da campanha depois que o jornal "New York Times" divulgou parte do seu imposto de renda de 1995 e estimou que Trump provavelmente não pagou impostos por vários anos. O empresário celebridade do setor imobiliário, que é o primeiro candidato em décadas a se recusar a divulgar o seu imposto de renda, não negou a reportagem. Mais tarde, ele disse que tinha “usado brilhantemente” o sistema fiscal norte-americano a seu favor.

Antes disso, durante o primeiro debate presidencial com Hillary, ao responder às acusações dela sobre não pagar impostos federais, o empresário disse que isso o faria “esperto”.

Suas declarações e propostas provocaram um mal-estar entre políticos republicanos e um racha no Partido.

Apesar de afirmar ter US$ 10 bilhões, sua fortuna foi estimada em US$ 4,5 bilhões pela Forbes.

Durante a campanha e nos três debates presidenciais – um deles bateu o recorde da audiência –, os dois protagonizaram bate-bocas e trocaram comentários ácidos, que contribuíram para a fama do clima de baixo nível.

Trump chamou Hillary de “nasty woman" (mulher repugnante ou mulher nojenta) e disse que se fosse eleito prenderia a democrata, que acusou de ser mentirosa e corrupta. Em um comício, sugeriu que a candidata se drogava antes dos debates. Ao ser questionado em um debate se iria aceitar o resultado da eleição, independente de qual seja, Trump disse iria "olhar isso na hora", reafirmando sua teoria de que há fraudes no processo eleitoral americano e acusando a imprensa de desonestidade. Depois, durante um comício, disse que reconheceria o resultado “se ganhar”. Nos EUA, é de praxe que o candidato derrotado reconheça a derrota.

Hillary chamou os eleitores de Trump de “deploráveis”, e depois disse que se arrependeu. Em outra ocasião disse que o republicano chora “lágrimas de crocodilo”. Também acusou Trump de ser marionete de Vladimir Putin e provocou o republicano ao dizer que ele é tão saudável quanto o cavalo que o presidente russo monta.





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