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SEGURANÇA
Sexta - 10 de Fevereiro de 2017 às 14:29
Por: Redação TA c/ Gcom-MT

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Foto: Rafaella Zanol

Tráfico de drogas e a venda ilegal de armas e munições são problemas enfrentados pelos estados fronteiriços e, por isso, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná resolveram juntar as forças na troca de informações com acesso aos bancos de dados da inteligência policial. Nos dias 16 e 17 de fevereiro, as equipes dos dois estados vem a Cuiabá para conhecer e acessar as informações do S3i, o sistema de inteligência da Segurança Pública de Mato Grosso.

No dia 26 de janeiro, os secretários de Segurança Pública dos três estados assinaram um termo de cooperação para acessar informações produzidas pelos outros estados e ajudar na identificação de grupos criminosos. A ideia é a construção de um banco de dados único, conforme o Plano Nacional de Segurança Pública.

“O crime organizado não respeita fronteiras jurídicas e geográficas e afeta a segurança nacional. As quadrilhas de Novo Cangaço, por exemplo, causam terror nas cidades pequenas e é fundamental compartilhar informações, acessando os bancos de dados”, comentou o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa.

Enquanto Mato Grosso faz fronteira com a Bolívia, sendo mais de 700 km de fronteira seca e trava uma luta para evitar a entrada de narcóticos pelas ‘cabriteiras’; o Paraná tem problemas com o Paraguai. A marinha paraguaia já chegou a atirar contra policiais da Polícia Federal e policiais das forças estaduais para acobertar traficantes e contrabandistas que atravessam com drogas e armas por via fluvial. Já Mato Grosso do Sul tem o Paraguai e a Bolívia que usam as fronteiras para a passagem da cocaína e da maconha para o país.

Além de focar no combate ao tráfico de drogas, crimes como Novo Cangaço e os problemas das facções criminosas também serão enfrentados de forma conjunta e integrada. Muitas vezes a mesma quadrilha que assaltou um banco numa cidade do interior do Paraná pode ser a mesma agindo em Mato Grosso do Sul. Com acesso ao banco de dados do estado vizinho, é possível que as forças policiais consiga chegar aos membros da quadrilha.

O Paraná tem mapeado alguns membros de facções criminosas. Mato Grosso também e as ramificações. O Mato Grosso Sul tem informações de veículos mais utilizados no transporte da cocaína. Tudo isso, integrando as forças policiais estaduais, mas a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também devem agregar conhecimento e informações para combater o crime.

“Para o crime não há limite. Os desafios são comuns em todos os estados brasileiros. Há conferência de crime organizado de preso no Sul ordenando execução de um detento em outro estado. Se um preso no Paraná conversa com preso em Alagoas, fazem treinamento em outros países para operar armas de grosso calibre, nós precisamos agir! Precisamos de mais efetivo preparado para análise criminal e trabalhar com informações de qualidade para prospecção de cenários. O compartilhamento do banco de dados é uma das saídas”, avaliou o delegado da Polícia Federal e secretário de Segurança Pública e Assuntos Fundiários do Paraná, Wagner Mesquita.

O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Rogers Jarbas, destaca que o ataque no dia 11 de setembro em Nova Iorque, nos Estados Unidos, é um case de que como a falta de interação e de comunicação entre as inteligências das forças de segurança podem trazer prejuízo social. “As agências não confiavam umas nas outras e a informação estava lá, fracionada, mas não foi compartilhada”.

Em Mato Grosso, a Secretaria de Segurança Pública trabalha em uma rede de Inteligência, agregando informações não só do sistema de segurança, mas do Tribunal de Justiça, Secretaria de Fazenda, Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso (Anoreg).

Também deve ser articulado a inclusão de informações no banco de dados estadual as Forças Armadas, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), PRF, Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Departamento Nacional Penitenciário (Depen), Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público, Agências de Inteligência de outros Estados e Ministério da Fazenda/COAF.





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