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SAÚDE
Sábado - 11 de Fevereiro de 2017 às 11:30
Por: Do G1

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Foto: Divulgação

Pesquisadores brasileiros criaram um teste sanguíneo capaz de diagnosticar Alzheimer em meia hora.

É como se fosse um hemograma de rotina, mas a diferença está no tipo de teste.

No laboratório os cientistas isolam uma proteína chamada Adam-10, que todo mundo tem no sangue. Alterações nela podem indicar a presença do Alzheimer.

Para isso, o grupo criou um sensor eletroquímico com anticorpos. O adesivo identifica a quantidade das proteínas na corrente sanguínea. Um programa de computador lê os dados e em 30 minutos mostra se o paciente tem a doença.

“Quanto mais alteração na proteína, maior o avanço da doença. Essa foi a relação direta que a gente encontrou nesses resultados”, explica Marcia Caminatti, pesquisadora da UFSCar.

O Alzheimer é degenerativo e não tem cura. Provoca a morte das células do sistema nervoso - os neurônios. Um dos sintomas é a perda progressiva da memória. Em todo o país 1,2 milhão de pessoas têm a doença, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer.

Um dos desafios está no diagnóstico, hoje feito com base nos sintomas informados pelo paciente e pela família. Mas nem sempre dá para ter certeza.

Exames de imagem, como a ressonância magnética, complementam o resultado, mas geralmente só identificam o problema quando o cérebro apresenta lesões. Os pesquisadores esperam que o novo teste ajude a descobrir o Alzheimer ainda no começo.

Um dos 24 voluntários que participaram dos primeiros testes foi a dona Lili. O estudo avaliou idosos doentes e saudáveis com mais de 60 anos.

“Vai ser tão gratificante para a gente conseguir tirar um pouquinho de sangue e já saber se está livre da doença ou se a tem, para a gente ter meios de socorrer mais depressa”, diz Glorelli Leite de Oliveira.

O próximo passo é ampliar os testes em humanos. Outra vantagem está no custo do exame.
“Ele tem um custo de produção da ordem de R$ 3. Quando a gente compara isso com a tomografia computadorizada, que é um dos métodos utilizados para o diagnóstico, a tomografia gira em torno de R$ 400 a R$ 800. Então, é um custo bem mais baixo”, conta Ronaldo Censi Faria, pesquisador da UFSCar.

Algumas gotas podem fazer diferença na vida do paciente.

“Com o diagnóstico precoce, inicial, ele pode se preparar, ele pode tomar algumas atitudes com relação, por exemplo, à qualidade de vida dele, fazer mais exercícios, procurar estimulação cognitiva, aprender uma nova língua com o objetivo de retardar o aparecimento da doença”, diz Marcia Caminatti.

Os cientistas da Universidade Federal de São Carlos calculam que o exame chegue ao mercado em cinco anos.





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