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POLÍTICA
Sexta - 11 de Março de 2016 às 13:39
Por: MT Noticias

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A auditora do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MT), Francislene França Fortes, revelou inconsistências na documentação que atestaria o direito ao recebimento dos benefícios pagos aos membros do Ministério Público Estadual (MPE), por meio de cartas de crédito. A informação foi repassada aos membros da Comissão Parlamentar que investiga o caso na AL.

Ela foi uma das responsáveis pelo relatório técnico de um processo interno do Tribunal de Contas, que analisou a legalidade dos atos relativos à emissão das cartas. A auditora esclareceu que o trabalho da equipe técnica consistiu em analisar os documentos que poderiam confirmar ou não a regularidade na emissão de cartas para quitação de créditos trabalhistas, decorrentes de férias não usufruídas por membros do MPE, no período de 2004 a 2009. Na análise, a auditoria constatou inconsistências na documentação que atestaria o direito ao recebimento dos créditos.

Segundo ela, a auditoria encontrou anotações vagas, inconsistentes e incompletas nas fichas funcionais, nas fichas de férias, nas folhas de pagamento e nas fichas financeiras. Entre as inconsistências relatadas pela auditora estão anotações de portaria que suspende gozo de férias sem anotação anterior de sua concessão; anotações de portaria autorizando gozo de férias em período anterior à data da portaria; e anotações fora de ordem cronológica.

Além disso, havia anotações feitas à mão e a lápis nas fichas de controle de férias dos membros do MPE.

“A análise dos documentos não possibilitou à auditoria afirmar se os beneficiários tinham direito ou não aos créditos. As falhas nas anotações funcionais não permitiam afirmação ou negação sobre os direitos, afirmou Francislene.

A auditora enfatizou ainda que as inconsistências encontradas nas fichas funcionais seriam suficientes para impedir a emissão de certidão de férias pendentes por parte do departamento de pessoal do MPE, um dos documentos necessários para que se efetive a emissão das cartas de crédito.

Novas convocações

O presidente da CPI, deputado Max Russi (PSB), considerou preocupantes as falhas apontadas pela auditora do TCE/MT nesta primeira oitiva realizada pela comissão. Por isso, propôs a convocação de responsáveis pelo departamento de pessoal do MPE para serem ouvidos nas próximas reuniões.

“A auditoria não fez estudo pormenorizado, mas apontou as falhas no relatório. Cabe à CPI esse papel de investigar, buscar mais documentos e realizar outras oitivas. Será feito um estudo bastante específico sobre a emissão das cartas de crédito”, concluiu Russi.

Para a próxima oitiva da CPI do MP, prevista para quinta-feira (17), foi convocado Fernando Gonçalo Solon Vasconcelos, auditor do TCE/MT que, juntamente com Francislene França Fortes, assinou o relatório técnico do processo nº 14.066-0/2014, uma representação de natureza interna que apura as possíveis irregularidades relacionadas ao pagamento das cartas de crédito. 




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