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MEIO AMBIENTE
Quarta - 09 de Março de 2016 às 17:15
Por: Da Redação TA c/Assessoria

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Cerca de 150 pessoas iniciaram o curso Diretrizes de Atendimento de Emergência no Transporte Rodoviário com Produtos Perigosos, promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A capacitação segue até sexta-feira (11.03) com uma simulação de colisão entre duas carretas. O objetivo é treinar as entidades que compõe o Programa Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Químicas (P2R2) para o atendimento nas rodovias de Mato Grosso.

Para a secretária Ana Luiza Peterlini, o trabalho dessa equipe é muito importante, já que diariamente inúmeros caminhões trafegam com cargas perigosas e um acidente poderia gerar prejuízos irreversíveis à população e danos ao meio ambiente, com contaminação de solo, água, ar e geração de resíduos. “Essa iniciativa visa integrar os setores públicos e privados para juntos oferecermos resposta rápida e eficiente”.

O Coordenador de Monitoramento da Qualidade Ambiental da Sema, o químico Sérgio Batista de Figueiredo, explica que esse é o segundo curso realizado no Estado, mas o primeiro com a nova legislação. Embora seja um trabalho prioritário e que exija a atuação de uma equipe multidisciplinar, o protocolo até então não teve efetividade. “Ficará com o Corpo de Bombeiros o papel de oferecer a primeira resposta, cabendo a Sema orientar e monitorar as consequências pós acidente”.

Ele explica que muitas são as consequências do atendimento não adequado a esse tipo de acidente, no caso de combustíveis ou metais pesados, por exemplo, pode gerar uma contaminação do solo que inutilize grandes áreas. Utilizado por algumas mineradoras de Mato Grosso para extração do ouro, o cianeto é outro produto que desperta a preocupação dos técnicos da Sema. Embora seja altamente tóxico e perigoso à saúde humana e dos demais seres vivos, não há por enquanto planos de mobilização e atendimento em caso de acidente.

Conforme o técnico de Atendimento à Emergências Químicas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Marco Antônio Lainha, que está ministrando o curso, a capacitação nivelará as informações da norma brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 14064/2015, além de despertar a percepção do risco dos acidentes e do papel fundamental da atuação do grupo. “Hoje cada um trabalha do seu modo, a proposta é que tenhamos daqui para frente um corpo que funcione em harmonia”.

Além de técnicas voltadas ao atendimento de acidentes nas rodovias, a equipe trabalha a importância do processo de licenciamento, que é um momento em que as empresas têm de apresentar seus planos de ação para emergências e de gerenciamento de resíduos. “O empreendedor tem que estar consciente sobre a importância de ter um planejamento prévio para saber como agir em situações de risco, já que algumas situações põem em risco a vida humana”, avalia Sérgio Figueiredo.

Equipe de parceiros

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Kellen Arthur Preza, lembrou durante a abertura do curso que o Estado possui cerca de 4mil km de rodovias federais e por elas passam milhares de carretas com defensivos agrícolas, combustível, fertilizantes, entre outros produtos perigosos. E para atender a demanda ele acredita que o importante é ter um olhar diferenciado, oferecer ações integradas e rápidas. 

Já o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Werley Peres, explicou que o país tem crescido em vários aspectos, mas ainda dispõe de um efetivo pequeno para atuar nas rodovias. Ele considera o alinhamento profissional entre as entidades um marco para Mato Grosso. “Com cada um exercendo sua função de maneira organizada, vamos evitar danos de grandes proporções”. 

Além da Sema, participam do P2R2 a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Corpo de Bombeiro Militar, a SES, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Vice-Governadoria e Defesa Civil do Estado, além de empresas privadas como a Rota do Oeste. 

As rodovias que recebem o maior fluxo de carretas são as BRs 163 e 364. Para o gerente de operações da Rota do Oeste, Fernando Milléo, empresa responsável por 850 km dessas duas rodovias e um trecho da BR 070 (entre Cuiabá e Várzea Grande), o curso será fundamental para orientar sobre os atendimentos que já têm sido realizados. Em 2015, a empresa registrou 44 ocorrências envolvendo produtos perigosos nas três rodovias federais. Entre as cargas classificadas como perigosas, as que aparecem com maior incidência são: álcool etílico (12%), algodão (8%), líquidos inflamáveis (6%) e gás GLP (6%).

Programação

Nesta quarta-feira (09.03): comentários da nova norma NBR 14064/2015, esclarecendo o padrão de resposta emergencial nas fases 1, 2, 3 e 4, passando para o sistema de comando em operações da fase 5. A fase 6 do planejamento das ações de resposta será abordada durante a tarde. O próximo tema será o estabelecimento de zonas de trabalho (quente, morna, fria e de exclusão), descontaminação do local e interrupção de serviços essenciais e remoção de pessoas.

Na quinta-feira (10.03), o grupo voltará a discutir a implementação das ações de resposta, agora na fase 7, utilizando equipamentos de proteção individual. Os alunos também entenderão sobre medidas de controle nas emergências químicas (parte 1 e parte 2), avaliação das ações de resposta, restabelecimento da segurança operacional e encerramento da fase emergencial, com avaliação de desempenho de empresas prestadoras de serviços de atendimento a emergência e um estudo de casos práticos.

O curso termina na quinta-feira (10.03), com a entrega de certificado de 32h/aula. Mas na sexta-feira, às 8h, a equipe da Sema que coordena P2R2 em Mato Grosso fará - com apoio dos técnicos da Cetesb, da concessionária de Rodovias Rota do Oeste e da Usina Termoelétrica Mario Covas - Energia Pantanal - um exercício simulado de acidente no transporte rodoviário de produtos perigosos. Essa simulação é aberta ao público.  

“Vamos simular um acidente que acarretará no vazamento de produto perigoso. O produto nesse caso é fictício. Com essa atividade queremos avaliar o preparo da equipe que participou do curso para quando ocorrer um acidente de verdade eles possam atender adequadamente”, explica Sérgio Figueiredo, que é membro da P2R2. 





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