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Terça - 11 de Abril de 2017 às 09:25
Por: Do G1

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Foto: Julia Postigo/Arquivo pessoal

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram em São Carlos um método mais rápido e barato para o diagnóstico de cinomose, uma das doenças que mais matam cães em todo o mundo.

A plataforma foi criada durante o mestrado de Julia Pereira Postigo, sob orientação do professor Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), e eles acreditam que chegará ao mercado em dois anos, após os testes de precisão, custando cerca de R$ 20.

Como funciona

O dispositivo foi elaborado em parceria com a empresa ParteCurae e consiste em um papel de filtro com aditivos químicos que interagem com o sangue do animal. Quando o anticorpo produzido pelo cachorro para combater o vírus entra em contato com a área da linha teste, tratada quimicamente, há a formação de um sinal vermelho nessa região, indicando que ele está doente. Do contrário, apenas a linha de controle fica vermelha.

Assim, se a cinomose for detectada, duas linhas vermelhas ficam visíveis e, caso o animal não esteja contaminado, o papel mostra somente uma linha. O processo demora de 10 a 20 minutos e pode ser usado com qualquer cão, independentemente da idade ou da raça.

Outra vantagem apontada pelo grupo é que o teste indica a contaminação mesmo em estágios iniciais. Com isso, é possível evitar diagnósticos imprecisos, um problema comum, segundo o veterinário Paulo Henrique de Magalhães Girardi, proprietário de uma clínica na cidade.

"O problema maior que vemos é a falta de diagnóstico. É uma doença difícil, se mascara, e muitos veterinários não sabem dar o diagnóstico correto. Tem animais diagnosticados com cinomose, mas que não têm cinomose", comentou.

Desenvolvimento

Julia explicou que o intuito era desenvolver um dispositivo nacional mais barato do que os importados que já existem no mercado.

“A cinomose é uma doença que mata muitos cães, e existem plataformas que não são nacionais. Vimos a oportunidade de construir uma plataforma nacional e diminuir o custo para conseguir ampliar a área, o acesso”, disse a pesquisadora.

Segundo Carrilho, a contribuição da universidade foi mudar os materiais usados no exame. "O teste que existe envolve várias membranas diferentes. O trabalho da Julia foi tentar fazer o que se faz com vários materiais mais caros e sofisticados em um pedaço de papel simples", afirmou.

Além do exame por membranas, outro procedimento usado para identificação da doença é a PCR, um método de análise de DNA que custa de R$ 100 a R$ 150, acima do custo estimado para a plataforma desenvolvida pelo grupo.





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