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POLÍTICA
Terça - 30 de Maio de 2017 às 14:06
Por: Do G1, em Brasília

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou na manhã desta terça-feira (30), em entrevista coletiva, que a bancada peemedebista tem que analisar com "humildade" quem tem mais condições de comandar o partido na Casa neste momento. "Se for eu, eu não tenho o que fazer, eu topo o desafio”, enfatizou.

Na tarde desta terça, os senadores do PMDB vão discutir, em uma reunião, se Renan seguirá no posto de líder da legenda. Escolhido para a função no início do ano, o parlamentar alagoano passou a ser criticado internamente por colegas após disparar uma série de ataques à gestão do presidente Michel Temer.

O movimento pela saída de Renan da liderança é da maioria da bancada, e conta com o apoio do Palácio do Planalto.

Entre os principais alvos do líder do PMDB no Senado nos últimos meses estão as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas pelo governo Temer.

A bancada do PMDB no Senado é a maior da Casa, composta por 22 parlamentares, e tem o poder de indicar, por exemplo, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante.

"[A reunião desta terça é muito boa] não só para que nós possamos fazer avaliação da liderança, da condução do partido, do que o partido deve fazer com relação a essa matérias mais conflitantes. É uma oportunidade para que a gente possa conversar com todo mundo, e ver com humildade quem tem mais condições de exercer a liderança do partido nesse momento", ponderou Renan.

Deixando de lado o tom belicoso das últimas semanas contra o Palácio do Planalto, o senador de Alagoas disse nesta manhã, ao ser questionado por jornalistas sobre se o governo Temer consegue se manter até o final de 2018, que "não tem dados para fazer projeções" e que crises semelhantes em outros países tiveram desdobramentos diferentes.

"De modo que o momento é para ciscar para dentro , construir caminhos, melhorar política econômica", minimizou.

Há menos de duas semanas – no auge da crise política gerada pelas delações dos executivos do grupo J&F –, Renan Calheiros já fazia análises públicas sobre uma eventual saída de Temer da Presidência. Na ocasião, ele defendeu em entrevistas que a melhor alternativa seria a realização de eleições indiretas por meio do Congresso Nacional como prevê a Constituição.

Ele também disse que defendia uma "solução negociada" com uma eventual renúncia de Temer. O impeachment, na opinião dele, não seria o mais adequado para o momento.

No mês passado, ele chegou a gravar um vídeo comparando a gestão do atual presidente da República à "seleção do Dunga", e acrescentou que os brasileiros querem a "seleção do Tite".

Recuo

Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, Renan Calheiros procurou nos últimos dias senador a senador do partido em busca de apoio para não ser destituído.

Ainda de acordo com a colunista, ele pode se manter à frente da bancada, de acordo com avaliação de seus próprios adversários.

Como gesto à bancada, ele desistiu, por exemplo, mudar integrantes do PMDB na Comissão de Assuntos Econômicos, prerrogativa que tem como líder e que incomodava senadores peemedebistas.

Nesta segunda, Renan acenou também a Michel Temer, elogiando a troca no comando do Ministério da Justiça.

Andréia Sadi contou que, no último sábado (27), o ex-presidente da República José Sarney – aliado de Renan – conversou com Michel Temer sobre a situação do líder do PMDB. Sarney tentou convencer o governo a não trabalhar para destituir o peemedebista.





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