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SAÚDE
Quarta - 21 de Junho de 2017 às 17:14
Por: Redação TA c/ Gcom-MT

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Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT

A secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), por meio da Coordenadoria de Atenção Primária, iniciou, nesta quarta-feira (21.06), a capacitação de 20 novos médicos cubanos do Programa Mais Médicos, do Governo Federal. Os profissionais da saúde compõem a equipe de cooperação internacional Brasil-Cuba, em substituição àqueles que já cumpriram a missão de permanência pelo período de três anos no Brasil, conforme o acordo entre os dois países.

Esse é o 14º ciclo de capacitação. São 228 profissionais do Programa Mais Médicos alocados em 102 municípios e em cinco distritos sanitários indígenas. Desse total, 141 são cubanos (122 homens e 19 mulheres) e a equipe dos 20 profissionais que chegou a Cuiabá inclui duas mulheres. Cada um deles vai receber uma espécie de bolsa auxílio no valor de R$ 11.990,00, além de ajuda de custo para moradia, transporte e alimentação, fornecidos pelos municípios contemplados. Antes de virem para Mato Grosso, durante um mês, os médicos passaram por uma capacitação do Ministério da Saúde, em Brasília (DF).

Durante toda esta quarta-feira, no Hotel Fazendo Mato Grosso, em Cuiabá, os 20 novos médicos passam pela capacitação, que inclui também o cadastramento na plataforma do Telessaúde. Ainda nesta semana, os profissionais seguirão para os municípios de destino, de acordo com a seguinte distribuição:

MUNICÍPIOS

Nº DE MÉDICOS

Água Boa

02

Barra do Garças

01

Brasnorte

01

Colíder

02

Juína

01

Mirassol D’Oeste

01

Nova Canaã do Norte

01

Pontes e Lacerda

01

Porto Esperidião

01

Sorriso

01

Tabaporã

01

Tangará da Serra

05

Vila Rica

01

DSEI Xavante

01

TOTAL

Os médicos cubanos conheceram, pelo mapa, as distâncias das regiões onde vão trabalhar. Entre os municípios mais distantes de Cuiabá, estão Vila Rica e Colíder (no extremo Norte), a 1.320 km e 650 km da Capital, respectivamente. Além disso, os médicos terão de se acostumar com o idioma português e, para facilitar a comunicação com os pacientes, serão acompanhados por intérprete. O clínico geral Ravier Ravieira, de 33 anos, por exemplo, vai atender pacientes indígenas, no Distrito Sanitário Indígena da etnia Xavante. O médico disse que já estudou sobre os costumes dos índios e que essa será uma experiência inédita e humanitária.

Os profissionais foram recebidos pela equipe da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que integra o programa enquanto instituição formadora. Compete à UFMT ofertar as atividades de tutoria e supervisão médica, bem como cursos de pós-graduação. Também conheceram os principais agravos da vigilância em saúde, com ênfase nas características dos municípios nos quais esses médicos desenvolverão suas atividades, integrados às equipes de atenção primária, bem como a política pública de saúde, o sistema Único de Saúde (SUS), e a importância do trabalho na atenção primária em saúde do estado.

A coordenadora de Atenção Primária da SES-MT, Regina Paula de Oliveira Amorim Costa, fez os esclarecimentos quanto às competências dos médicos e dos gestores municipais, que estão previstas no Programa Mais Médicos. Os novos profissionais aprenderam a operar o sistema de informação utilizado na atenção básica (e-SUS AB), a funcionalidade do prontuário eletrônico do cidadão, e sua implantação em Mato Grosso e nos municípios em que atuarão.

A capacitação é o primeiro contato dos médicos cubanos com a equipe técnica da SES-MT e dos gestores de saúde dos municípios contemplados com o programa. A intenção é proporcionar conhecimentos que os habilitem a desenvolver as ações assistenciais de saúde, de acordo com a realidade brasileira.

Os médicos foram cadastrados na plataforma do Programa Telessaúde-MT, experimentaram as potencialidades dessa importante ferramenta no apoio ao processo de trabalho, por meio de teleconsultorias, serviços de telediagnóstico e tele-educação à distância, que serão disponibilizadas para as equipes de saúde nos territórios de atuação do programa.

Mais Médicos em MT

Desde o início do Programa Mais Médicos, foram lançados vários editais e apenas o primeiro foi aberto à livre adesão a qualquer cidade. Os demais foram para municípios definidos como prioritários a partir de indicadores sociais determinados pelo Ministério da Saúde e para os que não tiveram suas vagas preenchidas e ou reposição de profissionais que, por alguma razão, deixaram o projeto.

O município com maior número de médicos do programa em Mato Grosso é Tangará da Serra, com 22 profissionais. Com a adesão ao Mais Médicos, o município conseguiu implantar novas equipes de saúde, ampliando a cobertura da estratégia saúde da família de 31,67% para 100%.

Experiência exitosa também ocorreu no município de Cáceres, onde as equipes de saúde da família não tinham profissionais médicos. Graças ao programa, foi possível incluir 12. A partir desta iniciativa, ocorreu a diminuição da rotatividade de médicos, inclusive nos municípios mais distantes da Capital e com menores taxas populacionais.

Entre as potencialidades do projeto, destaca-se a importante contribuição para a gradativa mudança na formação profissional para o SUS e para a organização dos processos de trabalho das equipes de saúde.

Outros pontos importantes que enaltecem o programa são o notório fortalecimento das ações de ensino em serviço e a possibilidade de fixar profissionais por um maior período em localidades mais distantes da Capital, com menores condições de infraestrutura e dificuldades de acesso aos serviços de saúde.

“Essas ações possibilitam a ampliação da oferta de serviços de saúde à população mato-grossense, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que aqui moram, especialmente nos municípios mais distantes”, destacou a coordenadora de Atenção Primária da SES-MT, Regina Costa.

O acompanhamento do programa

De acordo com a portaria interministerial nº 1.369, de 08 de julho de 2013, os Estados devem atuar em cooperação com os entes federativos, instituições de educação superior e organismos internacionais, no âmbito de sua competência, para a execução do projeto.

Cada Estado deve compor a comissão estadual do projeto, responsável pelas ações de coordenação, orientação e execução das atividades necessárias à sua execução.

Mato Grosso instituiu a comissão de coordenação estadual do Programa Mais Médicos, composta por representantes da SES, do Ministério da Saúde que atuam no território de Mato Grosso, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, da UFMT e, ainda, integrantes dos distritos sanitários indígenas. Também integra esta comissão a Organização Pan-Americana da Saúde, por meio do escritório que atua em Mato Grosso, que é a responsável pelo acompanhamento dos médicos da cooperação internacional Brasil-Cuba.

Todas estas representações garantem o acompanhamento das atividades dos médicos, com supervisões médicas durante a fase de execução do programa. A intenção é garantir a qualidade dos serviços de saúde para os usuários do SUS, bem como adequadas condições de trabalho aos profissionais médicos.

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