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POLÍCIA
Domingo - 23 de Julho de 2017 às 18:42
Por: Redação TA c/ Ascom PJC-MT

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PJC-MT

As estatísticas da Segurança Pública apontam para a redução nos crimes de roubo na cidade de Cuiabá. Essa diminuição está relacionada à intensa atuação das forças policiais na repressão aos crimes patrimoniais, seja no rápido atendimento, que leva a prisão em flagrante dos autores ou nas investigações sedimentadas em provas qualificadas que estão mantendo os criminosos na cadeia.

Na capital, a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) da Polícia Judiciária Civil atua fortemente na repressão aos crimes, especialmente, aos roubos com emprego de violência e grave ameaça.

Neste ano, a Derf Cuiabá também passou a trabalhar com metas para conclusão de inquéritos policiais relativos aos principais crimes patrimoniais (roubos, furtos e latrocínios). A meta denominada “Propositum” começou em marco e foi finalizada em junho, com 553 inquéritos relatados remetidos ao Judiciário, no prazo de 120 dias.

“Nosso foco principal foi dar andamento em todas as investigações em cartório. Temos uma demanda represada e, principalmente, retirar indivíduos de circulação. Ao concluirmos os inquéritos policiais representamos pelas prisões para retirar esses criminosos do convívio da sociedade. Esse é nosso objetivo, evitar que essas pessoas voltem a praticar crimes”, explicou a delegada titular da Derf, Luciani Barros de Lima Pereira.

Inseridos na meta “Propositum”, de 120 dias, foram 93 prisões de criminosos associados a grupos para prática de roubos e furtos, na região de Cuiabá. As prisões foram realizadas em cumprimento de mandados de prisão e flagrantes, em ações individuais da Especializada.

Conforme a delegada, a mudança da metodologia de trabalho, a implantação do plantão de atendimento em local aos roubos a residência, com emprego de violência e restrição de liberdade da vítima, e a criação do núcleo de investigações especiais dentro da Delegacia, são fatores que ajudaram nas investigações, dando maior celeridade na conclusão dos inquéritos policiais.

A delegada explica que Cuiabá foi dividida em cinco grandes regiões para facilitar a atuação das equipes de investigadores coordenados pelos oito delegados da unidade policial. Na Delegacia cada área da cidade está sob os cuidados de um delegado e sua equipe, que passaram a ter vínculos com a população, facilitando a troca de informações com os moradores, presidentes de bairros, Conselhos Comunitários e a Polícia Militar.

“Agilizou muito a troca de informações e também deu qualidade nas investigações, porque criou confiabilidade no repasse de informações. Estamos fazendo uma repressão mais qualificada, que é o papel da delegacia especializada”, afirma Luciani.

As ocorrências de roubos em residências, que, em julho de 2016, antes da mudança do método de trabalho, estavam na média de 130 registros ao mês, em dezembro passado ficaram em 33 casos e neste ano tem se mantido na faixa de 65. "Das prisões efetuadas nesse período, quase todos continuam presos. Isso contribuiu muito para a redução das estatísticas", assegura o delegado, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, que liderou o começo da força-tarefa e também foi o primeiro coordenador do Núcleo de Investigações Especiais, de crimes de roubos à residência.

1º Semestre

No levantamento do semestre, a Delegacia de Roubos e Furtos concluiu 783 com apontamentos de autoria, sendo também efetuada a prisão de 228 criminosos, entre flagrantes e mandados de prisão.

Somente contra autores de roubos a residência foram 60 prisões mediante cumprimento de mandados de prisão, além da conclusão de investigações com o formal indiciamento dos autores pelo crime de roubo circunstanciado pelo emprego de arma, concurso de pessoas e mediante restrição da liberdade das vítimas.

A conclusão de inquéritos com autoria definida nem sempre é tarefa simples, ainda mais se tratando de crimes patrimoniais em que os bandidos agem em concurso de pessoas, com emprego de armas de fogo e violência. Há necessidade de levantamentos de campo, de provas testemunhais e periciais, quebras de sigilo e outras medidas cautelares que demandam tempo e empenho na investigação.

“Temos hoje na Derf um time forte de delegados, investigadores e escrivães comprometidos com uma investigação de qualidade. A prova disso são as denúncias feitas pelo Ministério Público e os processos criminais que tramitam no Poder Judiciário”, observa a delegada.

Núcleo de Investigações Especiais

A repressão aos roubos a residência está a cargo de um Núcleo de Investigações Especiais, setor específico que cuida das ocorrências desde o momento que acontecem. Com apoio irrestrito do Núcleo de Inteligência, as equipes de plantão vão a campo para o levantamento das informações dos casos de roubo com violência.

Desde de julho de 2016, a Delegacia priorizou as investigações de crimes violentos de grande abalo psicológico às vítimas e suas famílias, como os roubos à residências com restrição da liberdade da vítima e os latrocínios. “Temos focado exatamente nisso, em dar prioridade aos crimes de latrocínio e em segundo lugar aos roubos à residências. Esses são os crimes mais graves que trazem uma repercussão grande na vida da vítima, um abalo psicológico para as famílias”, pondera à delegada.

No local do crime, ainda no calor da situação, os policiais iniciam as investigações, que, posteriormente, são repassadas ao Núcleo de Investigações Especiais.

O trabalho inicia com a comunicação da ocorrência, via Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOSP), direto com a equipe escalada para o pronto -atendimento. "Neste momento, há a coleta de informações iniciais sobre o ocorrido, como características dos suspeitos, veículo roubado e utilizado no crime, identificação de câmeras no local ou imediações, bem como imediata aferição quanto à existência de algum monitorado com tornozeleira eletrônica. Também, caso necessário, há solicitação de peritos para coleta de digitais", explicou o delegado Caio Fernando Álvares de Albuquerque, responsável pelo setor.

Reconhecimento fotográfico

O pronto-atendimento continua no dia seguinte, quando a equipe policial retorna para coleta de imagens e intimação das vítimas para prestarem declarações. Na Delegacia é apresentado à vítima o acervo fotográfico, possibilitando o reconhecimento daquele(s) que participou(ram) do fato.

"Neste contexto, registramos que diariamente o álbum é alimentado com novas fotografias, de modo que as vítimas possam ter acesso às fotos dos suspeitos nas oportunidades em que foram presos, isto, no intuito de que o reconhecimento seja o mais convincente possível", afirmou o delegado Caio Fernando.

O banco de fotografias da Derf tem cerca de 25 mil fotos de autores de crimes diversos, sendo algumas tiradas de vários ângulos e características da mesma pessoa, como cabelo curto ou pintado e também de partes do corpo, especialmente, tatuagens, que são marcas facilmente gravadas pelas vítimas.

Segundo o investigador, Fábio Bogo, um dos responsáveis pela alimentação do acervo e também pela análise de imagens de roubos, somente de rosto são 15 mil fotografias, sendo 6 mil imagens dos criminosos mais atuantes em Cuiabá e Várzea Grande.

“Antigamente as fotografias eram em um álbum e agora é digital. Mas ainda necessitamos de um filtro para facilitar a busca pelas características do suspeito”, informa o policial, ressaltando que, mesmo com a dificuldade, 40% das vítimas conseguem identificar o ladrão pelas fotografias.

Mesmo havendo o reconhecimento fotográfico, a vítima é novamente chamada na Delegacia para o reconhecimento pessoal, quando da prisão do autor, a fim de corroborar a identificação fotográfica. Esse processo é feito de forma segura, sem expor a vítima.

"Nossas equipes de investigadores estão a campo, diariamente, no intuito de angariar maiores elementos informativos, inclusive com o apontamento de todo o rol de autores e suas respectivas residências", salientou a delegada Luciani Barros.

Para facilitar o trabalho policial está em teste na Delegacia um Software de reconhecimento facial que estará inserido no banco de imagens.

Bloqueio de Celular

Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública, 55% dos registros de boletins de ocorrências, no período de janeiro a maio de 2017, são para roubos de aparelhos celulares.

Além das ações investigativas de repressão a receptação dos aparelhos, a Polícia Judiciária Civil, colocou, em fevereiro de 2017, à disposição do cidadão serviço de bloqueio do aparelho celular na delegacia de polícia. O bloqueio é solicitado no ato do registro do boletim de ocorrência, informando apenas o número da linha telefônica e o CPF do titular da linha.

Desde o dia 17 de julho, o bloqueio do aparelho telefônico pode ser feito em todas as delegacias da Polícia Civil no Estado, direto pelo Sistema de Registro de Ocorrência (SROP), pela integração via web service ao Módulo Cemi-Segurança Pública, que permite o bloqueio e desbloqueio a partir do SROP.

Conforme a delegada, Luciani Barros, é muito importante que a vítima solicite o bloqueio do aparelho, uma vez que o índice de recuperação é baixo. “As vítimas evitam solicitar o bloqueio com esperança de recuperá-lo. Esse serviço visa exatamente diminuir o interesse pelo aparelho, então precisa que seja feito o bloqueio”, frisa a delegada.

Agradecimentos

O empenho de todo o corpo de efetivo da Derf é ponto primordial no enfrentamento diários aos roubos, furtos e latrocínio em Cuiabá. “Por isso, os agradecimentos são expressos a todos os investigadores, escrivães e delegados, que não medem esforços para o melhor desempenho dos trabalhos da Delegacia", finaliza a delegada Luciani Barros.





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