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SAÚDE
Segunda - 14 de Agosto de 2017 às 14:24
Por: Do G1

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Foto: Kateryna Kon/Science Photo Library

Especialistas da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, demonstraram que o zika esteve associado com complicações neurológicas graves em adultos internados no Hospital Universitário Antônio Pedro entre dezembro de 2015 e maio de 2016.

Os dados do estudos foram publicados nesta segunda-feira (14) na revista científica "Jama Neurology". A pesquisa foi desenvolvida pelos pesquisadores Ivan Rocha da Silva, Jennifer Frontera, Ana Maria Filippis e Osvaldo do Nacimento.

Trata-se do primeiro estudo a acompanhar os efeitos neurológicos do zika em adultos ao longo do tempo, segundo os pesquisadores. Ao todo, 40 pacientes com doenças neurológicas graves foram recrutados: 29 com síndrome de Guillain-Barré, 7 com encefalite, 3 com mielite transversa e 1 com polineuropatia crônica.

Dos 40 recrutados, 35 (88%) apresentaram anticorpos para o zika. Pesquisadores também registraram aumento de casos dessas complicações neurológicas após a circulação do vírus em território brasileiro.

As internações por Guillain-Barré, por exemplo, aumentaram de 1 por mês entre dezembro de 2013 a maio de 2014 para 5.6 ao mês entre dezembro de 2015 e maio de 2016.

O "Jama Neurology" também dedicou o seu editorial ao tema e destacou a pesquisa brasileira.

"A pesquisa pode servir para confirmar que o zika está associado com tais síndromes."

No entanto, o 'Jama' pontuou ser o estudo apenas o primeiro passo para entender o tamanho do problema. "É de extrema importância entender o alcance do zika e sua frequência em complicações neurológicas induzidas por vírus", escreveram.

Mais pesquisas são necessárias

Como foi feita somente em único hospital no Rio de Janeiro, a pesquisa não pode determinar a frequência com a qual o zika leva a problemas neurológicos em adultos.

O editorial do 'Jama' citou ainda as dificuldades de se confirmar uma infecção por zika em regiões com circulação de outras arboviroses -- como dengue e chikungunya.

Isso porque ainda há dúvidas se os anticorpos desenvolvidos pelo organismo são, de fato, específicos para o vírus zika.





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