Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
SEGURANÇA
Sexta - 04 de Maio de 2018 às 16:22
Por: Redação TA c/ TCE-MT

    Imprimir


O perfil das vítimas e agressores relacionados à violência doméstica, que vai nortear as ações da Delegacia dos Direitos da Mulher (DEDM) de Cuiabá e também de outros órgãos, foi apresentado em forma de um Anuário de Atendimento, na tarde dessa quinta-feira (3 de maio), na Diretoria Geral da Polícia Civil. Os dados são relativos ao ano de 2017 e foram coletados e analisados por assistentes sociais da Delegacia da Mulher e pela Delegacia Regional da Capital.

O principal objetivo do Anuário é formatar qual a demanda atendida pela DEDM, além de priorizar a transparência e as ações ofertadas para que a vítima estivesse sendo plenamente atendida. Além disso, levar ao conhecimento da sociedade quem são essas pessoas que são atendidas na Delegacia da Mulher e promover interlocução entre segmentos que enfrentam a violência doméstica em Cuiabá, especialmente num momento em que o índice de feminicidio é grande em 2018.

A coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher), desembargadora Maria Erotides Kneip enalteceu e parabenizou a iniciativa de se produzir um documento como este.

Quando nós quantificamos os dados que nós temos com relação a violência doméstica, que acontece contra a mulher, dentro da casa ou nas relações de afeto, temos condições de estabelecer e escolher melhor as políticas públicas que podem atacar o problema e trazer resultados eficientes. Fico muito feliz que o anuário tenha saído, muito bem elaborado, estatisticamente perfeito e isso vai ajudar nossa atuação também na Cemulher do TJ”.

A delegada titular da DEDM, Jozirlethe Magalhães Criveletto explicou que a estatística apresentada possui várias vertentes. Alguns números se referem à quantidade de procedimentos que são realizados dentro da Delegacia. Outros números são sobre atendimentos e o número de perfil de vítimas atendidas, que é esse que está sendo trabalhado no Anuário, traz 2718 vítimas analisadas.

“São vítimas que foram atendidas dentro da unidade. Não são somente aquelas que registraram um boletim de ocorrência. São todas as vítimas que efetivamente foram na delegacia para requerer algum tipo de serviço. O Anuário visou compilar todos esses dados para que a gente pudesse formar um perfil, como tanto da vítima quanto do agressor, como faixa etária, bairros em que as vítimas moram, de onde procedem esses autores dos crimes, cor, estado civil, como elas se declaram no relacionamento desse autor, vínculo de filhos com agressor, tempo de separação, idade, escolaridade”, discorreu.

Jozirlethe destaca que o trabalho feito dentro da Delegacia da Mulher, da Secretaria de Estado de Segurança Pública é voltado para a punição do autor, que acaba justamente no Poder Judiciário. “Temos tido um grande envolvimento do Poder Judiciário com a Sesp, a exemplo do mutirão realizado este ano na Arena Pantanal e que nos rendeu muitos louros, haja vista que concluímos mais de 700 inquéritos policiais e tudo com ajuda do Tribunal de Justiça, que nos concedeu toda estrutura necessária para que pudéssemos fazer nosso trabalho. Nós acreditamos que é esse o caminho: trabalharmos em rede para que possamos diminuir esse índice tão gritante de violência dentro do nosso estado”.

O Anuário traz informações como contexto histórico, meses, dias da semana, faixa horária das ocorrências atendidas na DEDM, perfil das vítimas atendidas, principais bairros de ocorrência do delito, estado civil e cor das vítimas, entre outros, compilados de acordo com as declarantes.

“Detectamos no estudo que a maioria da vítimas têm de 25 a 40 anos, que o bairro Pedra 90 é o que possui número maior de vítimas que procuram a delegacia, seguidos do Dom Aquino e CPA 3. Esses dados servem para mapeamento das ocorrências e para nortear as ações. Por exemplo, temos um trabalho de delegacia móvel. Quando detectamos os locais de maiores ocorrências sabemos onde vamos fazer nossas campanhas, que é lá que nós vamos encontrar essas vitimas. Quando eu sei que o grau de escolaridade dessa vitima é alfabetizada, eu sei que as palestras ou campanhas têm que ter o nível de ensino médio, diferente de uma vitima não alfabetizada. Por outro lado temos um perfil que a maioria das vítimas estão desempregadas, então já vejo a necessidade de levar ao conhecimento de uma Secretaria de Estado de Trabalho, saber que as clientes que chegam na delegacia precisam de um política pública de emprego para ajudar a se livrar dessa situação de violência”, finalizou.

O anuário está disponível no site da Polícia Judiciária Civil, no endereço: www.pjc.mt.gov.br





URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/noticia/35222/visualizar/