CENÁRIO
Empresários precisam guiar políticas internacionais do novo governo, afirma especialista
Em um momento de transição política, os empresários, líderes e gestores devem tomar a frente no sentido de apontar os caminhos que a economia brasileira – sobretudo em relação a outros mercados – deve trilhar. Esta foi uma das mensagens deixadas pelo professor Chico Teixeira, articulista do Jornal das Dez da Globo News, que recentemente falou a mais de 50 empresários mato-grossenses em um evento organizado pelo Grupo Valure em Cuiabá.
O bate-papo faz parte do “Comitê de Presidentes e Dirigentes”, promovido pela Fundação Dom Cabral (FDC), e tem como origem o programa Parceiros para a Excelência (PAEX) – que visa a construção gradativa de conhecimento sobre modelos de gestão e estimula o intercâmbio de experiências entre os participantes.
Ao falar do atual momento político do Brasil, Teixeira – que é pós-doutor pela Freie Universität Berlin (FU Berlin) – destacou que antes mesmo da posse do novo presidente, o país vive uma situação sem nenhum precedente desde o início da nova república, com a eleição indireta de Tancredo Neves. “Uma coisa que estávamos acostumados, após o processo eleitoral, era com a procissão de líderes partidários apresentando seus ‘ministeriáveis’. Hoje, isto não existe”, ressaltou.
TEMPO DE MUDANÇA – Estas mudanças demandam, segundo o professor, a necessidade de, ao mesmo tempo, esperar e agir. “Precisamos que as lideranças vivas, ligadas ao processo produtivo, apareçam e tenham um papel preponderante junto ao governo, explicando o papel fundamental dos mercados internacionais e como estes mercados se completam hoje nesta dinâmica global”, ressaltou Teixeira.
A ação defendida pelo especialista – que também é professor emérito de Estratégia Internacional da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) – é motivada, entre outras coisas, pela pouca experiência da equipe indicada pelo presidente eleito, sobretudo na questão da política internacional.
“O futuro chanceler tem um discurso muito voltado para a ‘desglobalização’ e isso não é muito comum. Em verdade, devemos aumentar nosso comércio com o mercado internacional, com os nossos parceiros e com outros países. Devemos ser campeões de geração de renda e emprego. Campeões em geração de riqueza”, pontuou.
No caso específico de Mato Grosso, outros fatores também demonstram o quão importante é uma participação mais ativa dos líderes e de todo o setor empresarial. “Durante esta longa crise, foi paralisado um conjunto de obras fundamentais para Mato Grosso na área de infraestrutura. É muito importante que estes setores vivos da economia possam sensibilizar o novo governo da importância da retomada destas obras com grande ênfase”, finalizou.
FUNDAÇÃO DOM CABRAL – Considerada a 12ª melhor escola de negócios do mundo em 2018 pelo jornal britânico Financial Times, a Fundação Dom Cabral foi criada em Belo Horizonte em 1976 e tem como missão a educação executiva, com atividades no Brasil e no exterior. Em Mato Grosso seu associado é o Grupo Valure, consultoria em Gestão e Liderança há 20 anos.
Entre as atividades desenvolvidas pela FDC no Estado consta o programa Parceiros para a Excelência (PAEX) – em que Chico Teixeira é professor associado – e o programa de especialização em Gestão de Negócios, que irá ganhar sua quarta turma no dia 17 de maio de 2019 em Cuiabá. Mais informações pelo site http://www.grupovalure.com.br/