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POLÍTICA
Terça - 02 de Julho de 2019 às 19:23
Por: RS: Renato Souza, Correio Braziliense

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ao participar de audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (2/7), o ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi diversas vezes questionado sobre o conteúdo das conversas por celular atribuídas a ele e a procuradores da Lava-Jato e divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Um dos diálogos sobre o qual o ministro foi questionado dizem respeito à manifestação de alguns procuradores que se mostraram críticos à forma como Moro conduzia os processos quando era juiz federal. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) pediu o comentário de Moro sobre o fato de um procurador, sob condição de anonimato, ter confirmado ao Correio a veracidade dos diálogos — Moro tem repetido que não reconhece a autenticidade das mensagens.

"Qual procurador? A quais mensagens ele se refere? Se aquelas mensagens são autênticas, é possível que um procurador tenha confirmado alguns trechos", respondeu Moro à parlamentar.

Segundo a matéria divulgada pelo Intercept no último fim de semana, as conversas entre os procuradores ocorreram no fim do ano passado, após o resultado das eleições. Os integrantes do Ministério Público Federal (MPF), além de afirmarem que Moro costumava "violar o sistema acusatório", também demonstraram preocupação com a credibilidade da Lava-Jato caso o então juiz aceitasse o convite para o Ministério da Justiça.

Após a publicação da matéria, Moro voltou a lançar dúvidas sobre a veracidade do material divulgado. Um dos procuradores, porém, afirmou ao Correio que as mensagens haviam ocorrido de fato. “Me recordo dos diálogos com os procuradores apontados pelo site. O grupo não existe mais. No entanto, me lembro do debate em torno do resultado das eleições e da expectativa sobre a ida de Moro para o Ministério da Justiça", disse o magistrado.

"Se existiu..."

Em outro momento da audiência, Moro também foi questionado sobre uma mensagem na qual teria afirmado "In Fux we trust" (Em Fux nós confiamos), em referência a decisões tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Fux.

"Se aquela mensagem existiu de verdade, seria uma paródia do dólar norte-americano (as cédulas trazem a inscrição In God we trust — Em Deus nós confiamos). O juiz falar que confia em um ministro, em um procurador, agora é alguma ilegalidade?"

Apesar de continuar levantando suspeita sobre a veracidade do conteúdo, o ministro disse que algumas mensagens "podem ser" de fato dele. Em outro momento, Moro criticou a atuação dos advogados de Lula, que seriam agressivos, em sua avaliação.






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